O dicastério para a Doutrina da Fé publicou hoje (11) os detalhes do veredito negativo aprovado pelo papa são Paulo VI em 1974 sobre as supostas aparições de Nossa Senhora de Todos os Povos em Amsterdã, Holanda.

O dicastério dirigido pelo cardeal Víctor Manuel Fernández tornou público o julgamento definitivo de que os acontecimentos relatados por Ida Peerdeman não foram sobrenaturais.

Em comunicado à imprensa divulgado hoje (11), Fernández disse que “nos anos passados, o dicastério normalmente não tornava públicas as decisões acerca dos presumidos fenômenos sobrenaturais”.

“Diante das persistentes dúvidas levantadas sobre as presumidas aparições e revelações” que teriam acontecido em Amsterdam nos anos 1945 a 1959, “o Dicastério para a Doutrina da Fé torna conhecido o resultado da Sessão Ordinária da então Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, realizada em 27 de março de 1974, quanto aos mencionados fenômenos”, disse o cardeal Víctor Manuel Fernández, prefeito do dicastério para a Doutrina da Fé.

“Comunica-se quanto acima a fim de que o santo Povo de Deus e os seus Pastores possam tirar as devidas consequências", acrescenta o cardeal.

As resoluções do julgamento aprovadas por são Paulo VI

As resoluções do julgamento publicadas hoje no site oficial do dicastério são as seguintes:

1. Quanto ao juízo doutrinal: OMNES – constat de non supernaturalitate (TODOS – consta a não sobrenaturalidade).

2. Quanto a investigar ulteriormente sobre o fenômeno: OMNES – negative (TODOS – negativamente).

Por que o veredito foi tornado público?

Antes das novas Normas para proceder no Discernimento dos supostos fenômenos sobrenaturais serem publicadas em maio, o dicastério apenas comunicava ao bispo a decisão que foi formalmente tomada.

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Com as novas normas, a decisão aprovada pelo papa é tornada pública para esclarecer qualquer tipo de confusão.

As supostas aparições da “Mãe de Todos os Povos”

Ida Peerdeman nasceu em Alkmaar, Holanda, em 13 de agosto de 1905. Ela disse ter visto uma mulher “banhada” de luz que se autodenominava “a Senhora e a Mãe” em 25 de março de 1945.

A mulher teria dito a Peerdeman que queria ser conhecida como “a Senhora de Todos os Povos” em outra suposta aparição em 1951. Segundo a holandesa, Nossa Senhora apareceu-lhe 56 vezes até 31 de maio de 1959.

O bispo de Haarlem, dom Johannes Huibers, disse “não ter encontrado nenhuma evidência da natureza sobrenatural das aparições” depois de uma investigação em 1956.

O Santo Ofício, precursor da Congregação para a Doutrina da Fé (atual dicastério para a Doutrina da Fé), aprovou o veredito do bispo um ano depois e confirmou a sentença em 1972 e 1974.

Embora o veredito fosse conhecido, só agora a Santa Sé publicou os detalhes do julgamento, aprovado pelo então papa são Paulo VI.

Advertências da Santa Sé no passado

A então Congregação para a Doutrina da Fé expressou preocupação em 2005 com o texto de uma oração oficial que invocava a Santíssima Virgem como Senhora de todos os povos “que outrora foi Maria”, ao alertar os católicos para não usarem essa frase.

Mais em

A Santa Sé exortou os católicos a não promoverem essa devoção mariana em janeiro de 2021.