Hoje (17), a Igreja celebra o beato Inácio e 39 companheiros. Embora os 40 jesuítas não sejam brasileiros, são considerados mártires do Brasil, pois foram mortos por corsários calvinistas quando vinham em missão para o país.

Inácio nasceu em 1527, no Porto, Portugal, em uma família nobre. De grande inteligência, tornou-se administrador dos bens da família aos 18 anos. Mas, depois de participar de um retiro em Coimbra, em 1548, decidiu ingressar na Companhia de Jesus. Foi reitor do colégio Santo Antão, em Lisboa, vice-provincial de Portugal, o primeiro reitor do Colégio de São Paulo, em Braga.

Destacava-se por sua vida de oração, penitência e obras de misericórdia e tinha grande paixão pelas missões.

Envio ao Brasil

O superior geral dos jesuítas, são Francisco Borja, decidiu enviar Inácio de Azevedo como visitador do Brasil. Ele chegou à Bahia em 24 de agosto de 1566, junto com outros jesuítas.

Durante dois anos, percorreu as casas dos jesuítas no Brasil. Regressou a Portugal em 24 de agosto de 1568, com objetivo de conseguir reforços para a missão no Brasil.

Recebeu autorização do superior geral para recrutar missionários na Espanha e em Portugal. Reuniu um grupo que, depois de cinco meses de preparação, viajou para o Brasil em 5 de junho de 1570. Inácio de Azevedo e 39 jesuítas partiram no navio mercante São Tiago e outros missionários seguiram no navio comandado por dom Luís de Vasconcelos, nomeado governador do Brasil.

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Oito dias depois, chegaram à Ilha da Madeira e dom Vasconcelos decidiu esperar um pouco. Mas, o comandante do navio São Tiago resolveu partir sozinho em direção às Ilhas Canárias, apesar das notícias de que corsários calvinistas estavam no caminho, no encalço dos jesuítas.

O martírio

Em 15 de julho de 1750, o navio São Tiago foi atacado, perto da ilha La Palma, por uma frota de corsários calvinistas franceses liderados por Jacques Sourie. O navio mercante foi dominada. Os corsários pouparam os tripulantes e demais passageiros, mas mataram todos os jesuítas. “Mata, mata, porque vão semear falsa doutrina no Brasil”, diziam.

Inácio de Azevedo foi ao encontro deles com uma imagem de Nossa Senhora das mãos e dizia: “Todos me sejam testemunhas como morro pela fé católica e pela Santa Igreja Romana”. Ele também incentivava os companheiros a se manterem firmes: “Não choreis, filhos. Não chegaremos ao Brasil, mas fundaremos, hoje, um colégio no céu”, disse.

Os jesuítas foram beatificados pelo papa Pio IX em 11 de maio de 1854 e são conhecidos como os “Quarenta Mártires do Brasil”

Oração ao beato Inácio de Azevedo e companheiros mártires

Ó Deus, que escolhestes Inácio de Azevedo e seus trinta e nove companheiros para regarem com seu sangue as primeiras sementes do Evangelho lançadas na Terra de Santa Cruz, concedei-nos professar constantemente, para vossa maior glória, a fé que recebemos de nossos antepassados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém