A urna com as relíquias de primeiro grau de santa Teresinha do Menino Jesus que estão em peregrinação no Brasil desde 1º de fevereiro, chegaram na arquidiocese do Rio de Janeiro ontem (16), dia da festa litúrgica da padroeira da ordem dos carmelitas, Nossa Senhora do Carmo.

As relíquias foram recebidas para veneração na missa das 12h da basílica santa Teresinha do Menino Jesus, na Tijuca (RJ), primeira igreja do mundo dedicada à "santa da confiança", como descreveu o papa Francisco em outubro de 2023. Esta igreja teve sua pedra fundamental abençoada em 15 de outubro de 1921, pelo então bispo coadjutor do Rio de Janeiro, dom Sebastião Leme, e foi inaugurada em 16 de julho de 1927. A sua arquitetura tem um estilo moderno, mas semelhante à da igreja do Carmelo de Lisieux, na França, onde Teresinha viveu sua vocação.

O pároco da basílica, frei Washington Barbosa disse na homilia que santa Teresinha “não foi isenta dos sofrimentos, mas sofreu com Jesus” e “também imitou a Virgem Maria que sofreu com seu filho’ que “estava aos pés da cruz com Jesus e nos ensina a sofrer com Ele, sabendo que um dia ressuscitaremos com Ele também”.

Esta é a quarta vez que a urna com as relíquias de santa Teresinha visitam o Brasil. Neste ano, cerca de 35 cidades brasileiras já veneraram à santa da pequena via e ainda há mais de 20 que receberão sua visita. A primeira cidade brasileira que a recebeu foi Trindade (GO) e a última será São Paulo no dia 1º de outubro, dia da santa. A visita das relíquias ao Brasil também ocorrem “no marco de dois jubileus” da santa: a celebração dos “150 anos do nascimento de santa Teresinha”, que foi comemorado em janeiro de 2023 e a celebração dos “100 anos da sua canonização”, que ocorrerá em 2025, informou os carmelitas a ACI Digital.

Urna com as relíquias do fêmur e ossos do pé de santa Teresinha. Facebook/Pascom basílica santa Teresinha
Urna com as relíquias do fêmur e ossos do pé de santa Teresinha. Facebook/Pascom basílica santa Teresinha

Hoje (17) pela manhã, a urna com as relíquias do fêmur e os ossos do pé da padroeira das missões foram levadas ao santuário Cristo Redentor para abençoar o Rio de Janeiro e depois retornou à basílica. Elas ainda poderão ser veneradas até o dia 24 de julho em várias igrejas da arquidiocese dedicadas a santa, assim como na catedral são Sebastião e nos carmelos santa Teresa, em Santa Teresa e São José, em Jacarepaguá. No último dia da visita a relíquia será trasladada para a diocese de Petrópolis, onde ficará até o dia 29 de julho.

Para acompanhar a programação da peregrinação é só acessar o Instagram dos carmelistas: @soucarmeloocd, @carmelobrasil e @floresdocarmelo.

Santa Teresinha do Menino Jesus

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Marie-Françoise-Thérèse Martin conhecida como santa Teresa de Lisieux ou Teresinha do Menino Jesus é uma das santas mais populares do Brasil. Ela nasceu no dia 2 de janeiro de 1873, em Alençon, na França e foi a filha mais nova dos santos Luís e Zélia Martin que também eram muito tementes a Deus. Eles tiveram oito filhos antes de Teresa: Quatro morreram ainda pequenos e as outras quatro: Maria, Paulina, Leônia e Celina também foram freiras como a santa.

Aos 15 anos, Teresinha entrou no Mosteiro das Carmelitas, em Lisieux com a autorização do papa Leão XIII. Sua grande experiência com Deus desde pequena, relatado em seus diários, intitulado: “História de uma alma” trouxe ensinamentos sobre a “infância espiritual” ou “pequena via” que se baseia na confiança amorosa em Deus que é Pai. Teresinha acreditava que seu caminho em direção a Deus era ser como criança, e assim O buscava nesta via de abaixamento que transbordava na vida fraterna e no amar sem medidas.

Teresinha morreu aos 24 anos em 30 de setembro de 1897. Foi beatificada em 1923 e canonizada em 17 de maio de 1925 pelo papa Pio XI que falando sobre a nova santa disse: “esta menina tão sincera, que floresceu no jardim fechado do Carmelo, tendo acrescentado ao seu nome o do Menino Jesus, exprimiu vivamente em si a sua imagem; portanto, é preciso dizer que quem venera Teresa venera e louva o exemplo divino, que ela copiou em si”.

Em 19 de outubro de 1997, no domingo missionário, Teresa de Lisieux foi proclamada doutora da Igreja pelo papa são João Paulo II, devido os seus escritos autobiográficos.

“Entre os "Doutores da Igreja" Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face é a mais jovem, mas o seu caminho espiritual é tão maduro e ousado, as intuições de fé presentes nos seus escritos são tão vastas e profundas, que merecem que ela seja colocada entre os grandes mestres do espírito”, disse o papa são João Paulo II na época.

Em 2023 foi comemorado os 150 anos do nascimento da santa e 100 anos da sua beatificação. E para celebrar esta ocasião, o papa Francisco, devoto da santa, escreveu no dia 15 de outubro deste ano a Exortação Apostólica C’est la Confiance sobre a confiança no amor misericordioso de Deus.

“Século e meio depois do seu nascimento, Teresa está mais viva do que nunca no meio da Igreja em caminho, no coração do Povo de Deus. Está a peregrinar conosco, fazendo o bem sobre a terra, como tanto desejou. O sinal mais belo da sua vitalidade espiritual são as inúmeras «rosas» que vai espalhando, isto é, as graças que Deus nos concede pela sua intercessão cheia de amor, para nos sustentar no percurso da vida”, escreveu papa Francisco na Exortação Apostólica dedicada a Teresinha.