18 de jul de 2024 às 10:27
“Desejo vivamente que possamos conhecer a sua não tão conhecida experiência de carmelita, vocação orante, contemplativa, eucarística, mariana, eclesial, teresiana, obediência e simplicidade, lucidez e sentido de humor”, escreveu o superior geral dos Carmelitas Descalços, frei Miguel Márquez Calle, em uma carta dedicada à vidente de Fátima, irmã Lúcia de Jesus, publicada na terça-feira (16), por ocasião da festa de Nossa Senhora do Carmo.
Irmã Lúcia nasceu em Aljustrel, em 28 de março de 1907. Foi uma das videntes das aparições de Nossa Senhora de Fátima, em 1917, junto com seus primos os santos Francisco e Jacinta Marto. Seus primos morreram pouco tempo depois das aparições e Lúcia viveu até 2005, sendo a única guardiã da mensagem de Fátima.
Viveu durante um tempo como religiosa de Santa Doroteia, na Espanha, onde também teve aparições de Nossa Senhora. Em 1948, entrou na Ordem das Carmelitas Descalças, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, e adotou o nome irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado.
“O percurso espiritual de Lúcia de Jesus, enquanto Carmelita Descalça, à semelhança da sua biografia, mostra-se variado, longo e rico, com os sinais indeléveis da experiência da sua infância, fortemente marcada pelo sobrenatural, e enraíza perfeitamente na melhor tradição do Carmelo e da espiritualidade dos seus Santos e Doutores. Podemos mesmo afirmar que o seu percurso traz uma nova frescura e profundidade a este carisma, de modo particular, na vivência da sua relação com a Virgem Maria e a Eucaristia”, escreveu o frei Miguel Calle, na carta intitulada Irmã Lúcia de Jesus, um caminho de luz.
O superior geral citou alguns traços distintivos da espiritualidade de irmã Lúcia: a devoção ao Coração Imaculado de Maria, a Eucaristia, a obediência, a unidade, a humildade e a missão eclesial.
“O Coração Imaculado de Maria foi o seu caminho e o seu refúgio, tal como a Virgem Maria lhe prometera na Segunda Aparição, até se tornar progressivamente a sua morada, na etapa da união transformante”, disse o superior.
Para ele, a irmã Lúcia é “uma mulher que se assemelha cada vez mais à Virgem Maria, a Virgem pobre e humilde dos Evangelhos, sem qualquer protagonismo, totalmente fiel a Deus e sempre obediente à Sua vontade, expressa na vontade dos seus superiores”.
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O frei Calle destacou que a irmã Lúcia “sempre soube reconhecer que era apenas o instrumento que Deus tinha escolhido para a realização de uma missão”.
“Viveu, como carmelita, durante 57 anos, uma vida simples e laboriosa, sacrificada e escondida, como terá sido a vida laboriosa, pobre e humilde da Virgem de Nazaré com quem se foi configurando cada vez mais, dia após dia”, disse.
Para o superior carmelita, “com sua vida, Lúcia aponta-nos o ‘caminho para a morada da luz’ e o caminho é o Imaculado Coração de Maria, no qual habita essa luz imensa que é Deus”.
A irmã Lúcia de Jesus morreu no Carmelo de Coimbra, em 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos. Seu processo de canonização foi aberto em 2008, depois que o papa Bento XVI dispensou o período de espera de cinco anos determinado pelo Direito Canônico. Em 22 de junho de 2023, o papa Francisco autorizou a publicação do decreto que reconhece as virtudes heroicas da vidente de Fátima, que agora é venerável.
Ao final da carta, o superior geral dos Carmelitas Descalços pediu orações pelo processo de beatificação e canonização da irmã Lúcia de Jesus.
Para ler a íntegra da carta, acesse AQUI.