19 de jul de 2024 às 12:13
O padre missionário espanhol Enrique Alagarda pede ajuda para manter uma rádio paroquial, que funciona há 25 anos, um elemento essencial para a evangelização da região de Mosquitia, na selva de Honduras.
Alagarda é membro da Congregação da Missão, também conhecida como padres vicentinos, presente na região desde 1910. Ele pediu para ser enviado à região assim que foi ordenado sacerdote aos 21 anos, em 1991.
A paróquia de San José cobre uma área de 300 km² de floresta repleta de rios, canais e lagoas e uma única estrada. São mais de 60 mil habitantes, metade deles católicos, organizados em 80 comunidades.
Apenas dois sacerdotes podem ir pessoalmente a cada comunidade duas vezes por ano e contam com a ajuda de 190 delegados da Palavra, incluindo 15 ministros da Eucaristia e 160 catequistas, a maioria mulheres.
A estação Kupia Kumi – Rádio Paz, que transmite quase inteiramente em língua misquito, não é só um meio de comunicação, mas “um instrumento fundamental para a evangelização, formação e sobrevivência das suas comunidades que vivem distantes e isoladas, com acesso muito complicado”, diz o missionário segundo a arquidiocese de Valência, Espanha, de onde veio.
O padre Alagarda diz que o projeto para o qual pede ajuda financeira consiste na substituição do telhado de madeira da estação por um telhado metálico mais seguro para a instalação de painéis solares.
Essa mudança responde tanto à doutrina do papa a favor do cuidado da Criação como a uma necessidade energética, porque o abastecimento na zona de Mosquitia “é instável devido ao clima, às chuvas constantes e à humidade, tornando-o muito difícil de sustentar”.
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“Para nós, a rádio é um instrumento essencial, por um lado, para o nosso trabalho evangelizador, pois, por exemplo, as celebrações eucarísticas e as catequeses diárias são transmitidas e ouvidas pelas comunidades, que vivem muito distantes umas das outras”, acrescenta o missionário.
Por outro lado, serve também para realizar o trabalho social da paróquia, uma vez que a cobertura telefônica móvel só chega a “15 ou 20% da população”, de tal forma que “a única forma de enviar uma mensagem, a única forma de socializar um projeto, por assim dizer, é o rádio. Não há outra rádio com alcance”, diz o religioso espanhol.
Segundo o missionário, esses projetos sociais tornaram-se mais necessários nos últimos anos devido ao impacto do tráfico de drogas na região: “Quando cheguei a Honduras era uma sociedade pobre, mas, de certa forma, estável, calma. Mas tudo mudou com a entrada do tráfico de drogas, que desestabilizou a sociedade. O tráfico de drogas levou posteriormente ao consumo pesado de drogas. E isso destruiu muitas famílias, destruiu sobretudo a vida de muitos jovens e mudou a aparência da nossa região”.
“Um pequeno sacrifício em algo do nosso dia a dia pode ser a diferença entre a vida ou a morte, a diferença entre um jovem poder progredir ou ficar preso nas redes da violência ou do tráfico de drogas, ou que uma pessoa possa ter capacidade receber tratamento médico ou morrer dessa doença. Essa é a grande diferença”, diz o padre.
As contribuições para o projeto podem ser feitas através da Fundação Ad Gentes da arquidiocese de Valência, Espanha.