A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, é a provável candidata democrata às eleições presidenciais de novembro, com a desistência do presidente Joe Biden.

Harris foi criada por um pai cristão e uma mãe hindu e frequentou cultos hindus e cristãos quando criança. Durante a vida adulta, Harris foi membro de uma igreja batista negra. Seu marido, Douglas Emhoff, é judeu e frequentou uma sinagoga reformista quando criança.

Ao longo de sua carreira como vice-presidente, senadora e procuradora-geral da Califórnia Harris assumiu várias posições que podem representar problemas para os eleitores católicos, um bloco eleitoral importante.

Harris promoveu consistentemente o aborto, pressionou indicados judiciais católicos e opôs-se a centros de apoio à gravidez e ativistas pró-vida. Ela também abraçou a ideologia de gênero, tratamentos de mudança de sexo e distribuição de contraceptivos que, por vezes, colocam em risco a liberdade religiosa.

Liderando os esforços pró-aborto do governo Biden

Como vice-presidente, Harris assumiu a liderança em muitos dos esforços do governo Biden para promover o aborto depois que a decisão da Suprema Corte Roe x Wade, que liberou o aborto nos EUA em 1973, foi revogada pela mesma Suprema Corte.

Em setembro do ano passado, a vice-presidente foi a vários campi universitários numa turnê chamada Fight for Our Freedoms College Tour (Turnê Universitária Luta por Nossas Liberdades) para promover o aborto.

No início deste ano, ela lançou outra turnê de palestras para promover o aborto chamada Fight for Reproductive Freedoms (Luta pelas Liberdades Reprodutivas). Durante a turnê, Harris tornou-se a primeira vice-presidente em exercício a visitar uma clínica de aborto, em março, visitando uma clínica da Planned Parenthood em Minneapolis, Minnesota. No evento, ela elogiou abortistas e criticou legisladores pró-vida que tentam pôr limites ao aborto.

Harris criticou os Estados que adotaram leis pró-vida e instou o Congresso dos EUA a aprovar uma legislação que estabelecesse leis federais de aborto que impedissem os Estados de aplicar leis pró-vida em entrevista à rede de televisão americana ABC no ano passado. Em 2022, a vice-presidente disse que os americanos religiosos podem apoiar o aborto sem abandonar sua fé.

Como senadora, Harris apoiou uma legislação que impediria os Estados de aprovar restrições ao aborto e votou contra um projeto de lei que exigiria que os médicos dessem assistência médica a uma criança nascida viva depois de uma tentativa de aborto.

Examinando as associações de indicados judiciais aos Cavaleiros de Colombo

Como senadora, Harris pressionou três indicados judiciais sobre suas afiliações com os Cavaleiros de Colombo: Brian Buescher, Paul Matey e Peter Phipps. Suas perguntas sugeriram que os laços dos indicados com a maior organização católica de leigos dos EUA poderiam torná-los tendenciosos por seguirem a doutrina da Igreja sobre a vida e o casamento.

 Harris perguntou em questões escritas a Buescher, por exemplo, se o indicado sabia "que os Cavaleiros de Colombo se opunham ao direito de escolha da mulher quando [ele] ingressou na organização". Ela perguntou se ele concordava com o então cavaleiro supremo Carl Anderson que o aborto é "a matança de inocentes em grande escala" e se ele sabia "que os Cavaleiros de Colombo se opunham à igualdade no casamento quando [ele] se juntou à organização".

Respondendo a Harris, Buescher informou-a de que "os Cavaleiros de Colombo são uma organização de serviço católica romana com aproximadamente 2 milhões de membros em todo o mundo".

"A organização tem um propósito religioso e de caridade", continuou Buescher. "Entrei para os Cavaleiros de Colombo quando tinha 18 anos e sou membro desde então. Minha filiação envolveu a participação em eventos de caridade e comunitários em paróquias católicas locais".

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Invadindo a casa de um ativista pró-vida

Em 2016, como procuradora-geral da Califórnia, o gabinete de Harris ordenou uma batida policial na casa do ativista pró-vida David Daleiden.

A operação foi em resposta à investigação secreta de Daleiden sobre a organização abortista Planned Parenthood, que mostrou funcionários da organização discutindo custos de tecido fetal e partes do corpo de bebês. A venda de tecido fetal e partes do corpo de bebês é ilegal.

Harris disse que Daleiden infringiu várias leis ao obter vídeos de funcionários da Planned Parenthood. Ele foi acusado de 15 crimes relacionados a alegações de falsificação de identidade e invasão de privacidade. Ele declarou-se culpado, mas o caso ainda está em andamento.

Como procuradora-geral, ela nunca lançou uma investigação sobre as acusações contra a Planned Parenthood. Ela recebeu milhares de dólares em fundos de campanha da Planned Parenthood.

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Regulando o discurso dos centros pró-vida de apoio à gravidez

Como procuradora-geral da Califórnia, Harris co-patrocinou e promoveu a lei Reproductive FACT, que exigia que os centros pró-vida de apoio à gravidez publicassem avisos que fornecessem informações sobre onde fazer abortos.

Os centros pró-vida de apoio à gravidez processaram o gabinete da procuradora-geral, ao argumentar que a lei violava seus direitos da primeira emenda da constituição dos EUA, que diz que o Congresso não pode fazer leis que limitem a liberdade de expressão. Em 2018, a Suprema Corte dos EUA decidiu que a lei violava o direito à liberdade de expressão porque constrangia a expressão.

A legislação serviu de modelo para legisladores de outros estados dos EUA, como Vermont e Illinois, que tentaram regular o discurso dos centros pró-vida de apoio à gravidez.

Oposição à liberdade religiosa, adesão à ideologia de gênero

Ao longo de sua carreira, Harris foi contra proteção vigorosa à liberdade religiosa e apoiou a ideologia de gênero.

Em 2014, Harris foi um dos 14 procuradores-gerais estaduais a apresentar um amicus curiae à Suprema Corte que pedia ao tribunal que forçasse a rede de varejo americana Hobby Lobby a cobrir contraceptivos - que incluíam drogas potencialmente abortivas - em suas apólices de seguro de saúde, apesar da oposição religiosa do estabelecimento.

Como senadora, Harris foi mais longe, ao co-patrocinar a lei de Não Causar Danos e a Lei da Igualdade. A primeira teria acabado com as isenções religiosas para certos mandatos do governo, como leis que proíbem a discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero e regras que forçam seguros a cobrir abortos e cirurgia de mudança de sexo. A segunda lei teria proibido a discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.

Como vice-presidente, Harris promoveu ainda mais a ideologia de gênero. Ela criticou Estados dos EUA por proibir cirurgias de mudança de sexo em menores de idade, restringir os esportes femininos a mulheres naturais e impedir os professores de impor a ideologia de gênero aos alunos.