"Unimos nossas vozes às de todos aqueles dentro e fora da Venezuela que exigem um processo de verificação das folhas de apuração, no qual todos os atores políticos envolvidos participem ativa e plenamente", disse a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) sobre a crise política gerada pelas eleições presidenciais do domingo (28), que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), reelegeram o presidente Nicolás Maduro.

O CNE declarou ontem (29) definitivamente Nicolás Maduro presidente eleito da Venezuela, sem ainda ter todos os votos contados e sem publicar os registros eleitorais das seções eleitorais do país, o que permitiria auditar o resultado fornecido pelo órgão eleitoral.

"Permaneçamos firmes na esperança. Nossos pensamentos e justas demandas devem ser realizados com atitudes pacíficas, respeito e tolerância, que reinaram até agora", disse a presidência da CEV através de mensagem transmitida nas redes sociais.

Protestos espontâneos eclodiram no domingo (28) em várias cidades do país que, segundo relatos nas redes sociais, foram reprimidos por grupos paramilitares com armas de fogo.

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A líder da oposição, María Corina Machado, e o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, disseram ter em seu poder 73,2% dos registros eleitorais, que seriam publicados em um site nas horas seguintes.

Machado ignorou o boletim da CNE no domingo (28) e disse que o verdadeiro presidente eleito da Venezuela é González Urrutia, que teria mais de 6,2 milhões de votos até agora, contra 2,2 milhões de votos de Maduro.

A líder da oposição também pediu aos venezuelanos que saiam às ruas hoje (30), em assembleias de cidadãos, pacificamente "mas com muita firmeza".