2 de ago de 2024 às 15:41
“A fé não é um jogo” é o título da petição lançada pela associação italiana Pro Vita & Famiglia exigindo do Comitê Olímpico Internacional (COI) que condene a paródia da Última Ceia da Santa Ceia por drag queens na cerimônia oficial de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris em 26 de julho.
A associação pró-vida quer “medidas sérias contra esses atos discriminatórios do Comitê Olímpico Francês”.
O porta-voz da associação, Jacopo Coghe, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que acontecimentos globais como esse, transmitidos para todo o mundo, “são utilizados por grupos de poder e interesses econômicos ou políticos precisamente para transmitir mensagens e visões em grande escala”.
“É muito triste que as Olimpíadas, que nasceram para unir as pessoas, sejam agora utilizadas para dividi-las”, disse.
Para ele, vivemos “numa situação de constantes ‘marteladas’ ideológicas pró-LGBT por parte de políticos e instituições que deveriam garantir a proteção da liberdade de expressão”.
LGBT, de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, é a sigla que identifica a ideologia de gênero, militância política baseada na teoria de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher.
A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.
O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.
Segundo Coghe, “eles querem doutrinar todos no pensamento único dominante e, portanto, 'achatar-nos' para que pensemos o mesmo que eles; na fluidez, na indiferença sexual e na aniquilação das diferenças saudáveis e belas entre homens e mulheres”, disse Coghe. “O objetivo também é bastante claro: se somos todos 'achatados' e somos todos iguais, sem diferenças, somos todos manipuláveis”.
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Os Jogos Olímpicos de Paris tornaram-se para Coghe “o cenário de uma mensagem de ódio que ofende milhões de cristãos”, que põe em perigo “a inocência dos jovens” e que visa fazer avançar “a agenda LGBT”.
Ele também destacou que, embora estejam sendo feitas tentativas para “normalizar” a ideologia de gênero a nível político, “vemos constantemente como a sociedade não concorda em absoluto”.
“Na Itália, por exemplo, isso é demonstrado pelo sucesso da petição contra a blasfêmia na cerimônia de abertura, que em poucos dias atingiu quase 15 mil assinaturas”, destacou.
Coghe também disse que “tem havido muitos protestos se cidadãos indignados, tanto por causa deste espetáculo hipócrita e profanador, como por causa dos casos de atletas ‘trans’ nas Olimpíadas ou em outras competições”.
O porta-voz da Pro Vita & Famiglia referiu-se assim à decisão do Comitê Olímpico Internacional de permitir que dois pugilistas com cromossomos XY participassem em competições femininas.
Uma polêmica que também chegou à Câmara dos Deputados italiana, onde o deputado Rossano Saso reiterou que “a loucura ideológica woke ultrapassou todos os limites, da decência e da dignidade e do respeito pelos direitos das mulheres”. O termo woke é usado no mundo inteiro para designar o pensamento de esquerda dominante hoje, que se afastou de questões trabalhistas e abraçou temas como ideologia de gênero, ambientalismo, decolonização etc.
“Isso não é inclusão, não são direitos, é uma deriva ideológica progressista contra as mulheres”, afirmou Saso.
Para Jacopo Coghe, a ideologia de gênero, promovida pela comunidade LGBT, “é um vírus que infecta e corrompe de forma devastadora todas as esferas da sociedade com danos incalculáveis”.
Ele também disse que o papa Francisco definiu-a como uma “colonização ideológica” devastadora.
“É precisamente nas competições esportivas que vemos as contradições mais flagrantes da ideologia de gênero, segundo a qual a identidade de gênero prevalece sobre a identidade biológica. Não é assim, apenas essa última é real”, concluiu.