“Fraternidade e Ecologia Integral” é o tema da Campanha da Fraternidade de 2025 divulgado hoje (5) pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O lema é “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). A Ecologia Integral, conceito criado pelo papa Francisco, é muito importante no projeto do papa de “um Novo Humanismo Integral e Solidário”.

A Campanha da Fraternidade é uma iniciativa da CNBB realizada todo ano durante a Quaresma desde 1962, quando foi criada pelo primeiro bispo auxiliar e administrador apostólico de Natal (RN), dom Eugênio de Araújo Sales. Quase sempre o tema é ligado a um problema social.

A ecologia, segundo a Conferência, “é a questão mais tratada” pelas Campanhas da Fraternidade da CNBB, tendo sido abordada oito vezes.

O cartaz desta nova Campanha traz cinco elementos em sua identidade visual: São Francisco de Assis, a cruz, a natureza, as cidades e a técnica da colagem.

Cartaz da CF 2025. CNBB
Cartaz da CF 2025. CNBB

São Francisco de Assis está em destaque no cartaz e segundo a CNBB “representa o homem novo que viveu uma experiência com o amor de Deus, em Jesus crucificado, e reconciliou–se com Deus, com os irmãos e irmãs e com toda a criação”. “Esta reconciliação universal ganha sua maior expressão no Cântico das Criaturas, composto por São Francisco há precisos 800 anos. O recorte é da obra do período barroco “Êxtase de São Francisco de Assis”, de Jusepe De Ribera”, relata a Conferência 

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A cruz também está no centro e “é um elemento importante na espiritualidade quaresmal e franciscana”, declara a CNBB, pontuando que “no cartaz, ela recorda a experiência do Irmão de Assis com o crucifixo da Igreja de São Damião, em Assis, na Itália, onde Francisco ouviu o próprio Cristo que falava com ele e o enviava para reconstruir a sua Igreja”.  “No início, Francisco entendeu que era a pequena Igreja de São Damião. Mais tarde, compreendeu que se tratava de algo bem maior, a Igreja mesma de Deus. A Quaresma é este tempo de reconstrução de cada cristão, cada comunidade, a sociedade e toda a Criação, porque somos chamados à conversão”, ressaltou a Conferência. 

O cartaz representa “a fauna e a flora brasileiras em toda a sua exuberância” através da araucária, do ipê amarelo, do igarapé, do mandacaru, da onça pintada e das araras canindés, espécie “que ao invés de serem exploradas de forma predatória, precisam ser cuidadas e integradas pelo ser humano, chamado por Deus a ser o guarda e o cuidador de toda a Criação”, disse a CNBB.

“Os prédios e as favelas” que aparecem no cartaz, segundo a CNBB, “refletem o Brasil a cada dia mais urbano, onde se aglomeram verdadeiras multidões num estilo de vida distante da natureza e altamente prejudicial à vida”.

A colagem como técnica para o cartaz “é uma escolha artística e simbólica”, que “possibilita a união de elementos diferentes em uma única composição, refletindo a diversidade e a interligação entre tudo o que existe, entre toda a criação”.

A CNBB também divulgou a oração da Campanha da Fraternidade 2025: “Ó Deus, nosso Pai, ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom! O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra, e hoje experimentamos suas consequências. Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos: dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento e da conversão de nossas atitudes. Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação, no cuidado e no respeito à vida. Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça. Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum, na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste para nós no Céu. Amém!”