O empresário da mídia e defensor da democracia de Hong Kong Jimmy Lai, de 76 anos, continua em confinamento solitário até seu julgamento, que foi adiado por um tribunal de Hong Kong de 25 de julho para o fim de novembro.

Católico, Lai é o fundador do jornal Apple Daily, que o governo de Hong Kong fechou em 2021. Pesam sobre o empresário duas acusações de conspiração para com potências estrangeiras, e conspiração para publicar material subversivo.

Ele está preso desde o final de 2020, condenado a 17 anos de prisão por envolvimento em protestos e assembleias não-autorizadas. Em 2022, Lai foi sentenciado a mais cinco anos e nove meses de prisão por fraude. O julgamento atual, por conspiração, estava marcado para começar em 2022, mas começou em dezembro de 2023 depois de um atraso de um ano quando o governo tentou impedi-lo de escolher seu próprio advogado.

A fase de acusação, que devia durar 80 dias, durou até 11 de junho deste ano, quase 100 dias a mais. Agora, a continuação do julgamento foi adiada para 20 de novembro.

A defesa de Lai tentou anular o julgamento alegando falta de provas para as acusações. O tribunal rejeitou a tese.

Lai foi preso em sua casa em agosto de 2020, sob uma lei de segurança nacional então recém-adotada pelo governo comunista da China.

A lei restringiu drasticamente a liberdade de expressão na região, que, com administração separada da China continental, goza de maiores liberdades.

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Lai pode pegar prisão perpétua pelas acusações.

A promotoria acusou Lai de ser uma “figura radical” que buscava semear ódio e “incitar oposição” em Hong Kong.

Lai atualmente cumpre pena na prisão de segurança máxima Stanley, em Hong Kong, e já passou mais de três anos e meio em confinamento solitário desde sua prisão em dezembro de 2020.

Lai confia em sua fé católica para ter forças, segundo seu biógrafo Mark Clifford. Ele se converteu em 1997 com o apoio de sua mulher, Theresa, com quem se casou em 1991.

A Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF, na sigla em inglês ) lista Lai como vítima de perseguição religiosa por sua defesa da liberdade religiosa. 

Hong Kong, que já esteve no 18º lugar no ranking global de liberdade de imprensa em 2002, agora está na 135ª posição em 2024, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras.