A Agência Internacional para o Desenvolvimento (USAID) dos Estados Unidos suspenderá a ajuda econômica que prestava ao grupo feminista Manuela Ramos. A suspensão se deve ao uso indevido que as feministas faziam de recursos enviados pela instituição norte-americana ao Peru, em campanhas de promoção e difusão da pílula do dia seguinte.

Conforme informou o jornal Expreso, uma fonte da embaixada dos Estados Unidos no Peru assinalou que "o convênio de apoio da USAID às Manuelas’ venceu neste mês e não será renovado" devido a que a associação "defendeu deliberadamente a aplicação da pílula do dia seguinte", sem considerar que em 1997 a USAID advertiu que teria uma posição neutra sobre o tema, e que respeitaria a decisão do Governo peruano a respeito.

"Em várias ocasiões as dirigentes do ‘Barra de Mujeres’ (programa feminista televisivo) fizeram menção a este controvertido tema. Eles (USAID) se deram conta de que em um tema no qual queriam permanecer neutros alguém estava usando os recursos sem sua autorização", indicou Carlos Pólo, diretor do Population Research Institute.

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Por isso, "em outubro do ano passado viajei pessoalmente aos Estados Unidos para informar a USAID como as feministas utilizavam um dinheiro que tinha como fim apoiar em temas de saúde, mas não orientar à população sobre a preferência deste método", acrescentou.

Por sua vez, o encarregado do Departamento para a Saúde Global do USAID, Kent Hill, enviou uma comunicação a Pólo, afirmando que "de acordo a nossa política, a USAID se absteve que todo comentário público a favor ou contra a pílula. A luz dessa política e como resposta em sua comunicação revisamos os casos que o senhor assinala onde as atividades de beneficiários de nosso programa aparecem ser incoerentes com esta postura neutra".

Recentemente, a diretora do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos (PROMSEX), Susana Chávez, também promotora da descriminalização do aborto e da livre distribuição da pílula do dia seguinte no Peru, pediu ao USAID eliminar sua política de neutralidade sobre o levonorgestrel, para usar o dinheiro dos contribuintes americanos na promoção do programa anti-vida que sua ONG e Manuela Ramos promovem.