O bispo emérito do Marajó (PA), dom José Luís Azcona, começou ontem (6) o primeiro ciclo de quimioterapia para tratar um câncer no pâncreas diagnosticado no mês passado.

Em um comunicado publicado nas redes sociais da prelazia de Marajó, o chanceler, padre Rafael Guedes, disse “os médicos transmitem esperança com o início da quimioterapia, para que possa trazer resultados positivos diante das consequências que o câncer gera”.

Dom Azcona, 84 anos, está internado desde o dia 16 de junho no Hospital Porto Dias, em Belém (PA), “para a correção da quantidade de sódio no sangue”, continua o comunicado. A diminuição de sódio no sangue é consequência do câncer e gera sintomas como o enfraquecimento do corpo.

“O câncer não apresentou aumento, está estagnado”, continua o comunicado, “isso é graça de Deus para a continuação do tratamento”.

Segundo o comunicado, dom Azcona está respondendo bem ao tratamento, está mais fortalecido e “tem sido acompanhado por profissionais da saúde mental nas necessidades geradas pela adversidade do tempo de tratamento”.

“Dom José Azcona sempre manifesta sua gratidão pelas orações de todos vocês irmãs e irmãos. E pede que continuemos a rezar por ele”, conclui o comunicado.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

Quem é dom Azcona?

Dom José Luís Azcona é um religioso espanhol da Ordem dos Agostinianos Recoletos. Foi bispo da prelazia do Marajó de 1987 a 2016. Mesmo após sua renúncia, continua vivendo na ilha.

Em 2009, dom Azcona denunciou casos de pedofilia e exploração sexual de crianças e adolescentes no Marajó por políticos e empresários locais. A denúncia deu origem à CPI da Pedofilia na Assembleia Legislativa do Pará e no Congresso Nacional.

 Durante o Sínodo da Amazônia em 2019, de que não participou, ele foi uma das vozes mais críticas ao Instrumentum Laboris, ao sínodo e ao documento final, que pedia ordenação de mulheres e um rito amazônico com elementos indígenas.

Em 9 dezembro do ano passado, a prelazia do Marajó disse que o núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, tinha ligado para dom Azcona informando que ele não poderia mais morar no território da prelazia, sem dizer quais seriam os motivos para essa decisão. A notícia gerou grande mobilização dos marajoaras pedindo a permanência do bispo emérito. Em 26 de dezembro, a prelazia publicou comunicado informando que dom Azcona havia sido comunicado pela nunciatura que não precisaria mais “transferir-se da residência na qual vive atualmente”.