14 de ago de 2024 às 16:24
O arcebispo de Luxemburgo, cardeal Jean-Claude Hollerich, ordenou uma investigação sobre apropriação indébita de € 61 milhões (cerca de R$ 368 milhões) da Caritas Luxemburgo, uma das maiores instituições de caridade católicas do país.
As irregularidades financeiras, que vieram à tona no mês passado, envolveram o possível desvio de € 61 milhões (cerca de R$ 367,8 milhões) da Cáritas Luxemburgo ao longo de cinco meses. Investigadores suspeitam que um ex-funcionário fez mais de 100 transferências não autorizadas para contas bancárias espanholas.
O escândalo da Cáritas lança uma sombra sobre a próxima visita do papa Francisco a Luxemburgo. Uma breve parada do papa no grão-ducado está agendada para 26 de setembro antes de sua viagem à Bélgica.
O cardeal, segundo a rede de notícias alemã Domradio, expressou “profunda indignação” pelo desvio de fundos em comunicado divulgado na noite de segunda-feira (12).
“Agora é tarefa do comitê de crise criar todas as condições para uma confiança renovada”, disse Hollerich.
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O caso provocou uma reação rápida do governo de Luxemburgo, que deu € 29 milhões (cerca de R$ 174,8 milhões) à Cáritas este ano antes do desvio ser descoberto.
Inicialmente suspendendo todos os pagamentos, o gabinete do primeiro-ministro Luc Frieden disse ontem (13) que o financiamento poderia ser retomado para certas entidades não afetadas da Cáritas "sob condições específicas".
A Cáritas Luxemburgo emprega cerca de 500 pessoas e se mobilizou para tranquilizar seus funcionários e beneficiários. A organização disse que os salários deste mês serão pagos e os serviços essenciais continuarão sem interrupção.
Um comitê de crise está atualmente em discussão com Frieden. O objetivo deles é garantir um “rápido retorno à estabilidade para funcionários e beneficiários” enquanto abordam os problemas sistêmicos que permitiram que o desfalque ocorresse.
Em resposta à crise, a Cáritas Luxemburgo anunciou em 6 de agosto um plano de reestruturação. A organização criará duas novas entidades para supervisionar suas atividades nacionais e internacionais, programadas para iniciar as operações em setembro. Essa decisão visa restaurar a confiança dos doadores, ao mesmo tempo em que permite que as investigações avancem sem impedimentos.