A fé é a coisa mais importante da vida, diz o arcebispo de Esztergom-Budapeste, Hungria, cardeal Peter Erdö, lição que aprendeu com os pais nos anos de governo comunista.

“Em primeiro lugar foram os meus pais, a nossa família, porque não só rezamos em casa, falávamos de feriados religiosos, íamos juntos à Igreja, mas o meu pai também nos transmitiu o catecismo”, disse o cardeal de 72 anos a Vatican News, serviço de informações da Santa Sé, por ocasião da festa de santo Estêvão, rei da Hungria, que se celebra amanhã (20) no país. “E então descobrimos que meu pai, que era jurista, não podia exercer a profissão porque era considerado muito religioso. Minha mãe, que era professora, não podia lecionar porque era considerada muito religiosa”.

“E assim vimos o que era a coisa mais importante da vida. Sem dúvida, a fé veio primeiro. E é por isso que meus pais não viveram isso de forma trágica, mas de forma natural, ou seja, com a naturalidade de acreditar que Deus é supremo. E que a religião é a coisa mais importante nas nossas vidas”, sublinhou o arcebispo.

Depois da Segunda Guerra Mundial, a Hungria tornou-se parte do bloco comunista liderado pela União Soviética. Em 1949 nasceu a República Popular da Hungria que durou até 1989.

O cardeal Erdö também disse na entrevista que “se a fé é a coisa mais importante da vida, então servir a fé dos outros, transmitir a fé, ensinar a fé e, acima de tudo, administrá-la na liturgia, são as coisas maiores que a vida”.

“As coisas mais importantes que se pode fazer e as mais úteis, também para a salvação dos outros. Esta é a principal motivação que senti quando criança. E assim, pouco a pouco, tomei a decisão de entrar no seminário”, até chegar à ordenação sacerdotal em 1975.

A vida de oração do cardeal Erdö

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“Minha vida de oração começou quando eu estava no ensino médio. Começava sempre o dia com o Hino da Caridade da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios e terminava rezando o Te Deum. Então a oração deu um enquadramento aos meus dias”, disse o cardeal sobre como vive o Ano de Oração em preparação para o Jubileu de 2025.

“Meu pai espiritual recomendou que eu meditasse um pouco na Sagrada Escritura: não mais que dez minutos, todos os dias. Uma passagem do Novo Testamento também é uma grande ajuda para me guiar na vida neste ano de oração que está acontecendo”, continuou.

O cardeal também referiu-se à importância de rezar o Rosário.

“Depois na diocese há programas pessoais, programas comunitários, o Rosário todo primeiro sábado às dez da manhã. E há uma oração em frente à Basílica de Santo Estêvão, na praça, onde as pessoas se ajoelham e rezam o Rosário, que é um grande testemunho perante o mundo”, disse.

O cardeal Erdö disse que santo Estêvão “dedicou a sua coroa e o seu país a Nossa Senhora. A Hungria foi o primeiro país que, segundo a tradição, foi consagrado à Virgem e é por isso que a Virgem é venerada na Hungria como a padroeira do nosso povo”.

“É uma alegria saber que há muitas outras cidades que também escolheram a Virgem Maria como padroeira, porque a mesma Mãe pode ter mais de um filho”.