"Voltar ao essencial, que é Jesus, não significa fugir da realidade", disse o papa Francisco em mensagem ao 45º Encontro em Rimini através do Secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin. Mas sim "mergulhar verdadeiramente na história, enfrentá-la sem fugir de seus desafios, para ter a coragem de arriscar e amar mesmo quando parece não valer a pena, para viver no mundo sem medo".

A mensagem, divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, é dirigida ao bispo de Rimini, Itália, dom Nicolò Anselmi, por ocasião do Encontro para a Amizade entre os Povos, iniciativa do movimento Comunhão e Libertação fundado pelo padre Luigi Giussani.

O Encontro de Amizade entre os Povos 2024 ocorre entre hoje (20) e domingo (25) sob o lema Se não procuramos o essencial, o que procuramos?

O programa prevê 140 conferências, 16 exposições, 18 espetáculos e espaços dedicados às crianças e ao desporto, cujo desenvolvimento é possível graças a mais de 2,5 mil voluntários.

O cardeal Parolin diz que "o Santo Padre aprecia e compartilha o objetivo do próximo Encontro, porque focar no essencial nos ajuda a tomar nossa vida em nossas mãos e torná-la um instrumento de amor, misericórdia e compaixão, tornando-se um sinal de bênção para o próximo".

Por isso, o papa Francisco "exorta todos a se tornarem protagonistas responsáveis da mudança, colaborando ativamente na missão da Igreja, a dar vida juntos aos lugares onde a presença de Cristo pode ser vista e tocada", de modo que o Encontro "desperte em muitos o desejo de se tornarem buscadores do essencial e faça florescer nos corações a paixão pelo anúncio do Evangelho".

"Agora que estamos passando por tempos complexos", diz a mensagem, "um sentimento de impotência, uma atitude renunciante e passiva" pode surgir.

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"Nesse cenário, portanto, a escolha de embarcar no caminho do essencial é ainda mais pertinente. Por isso, o Papa Francisco nos encoraja a tentar buscar, com paixão e entusiasmo, o que faz sobressair a beleza da vida", acrescenta Parolin.

O secretário de Estado da Santa Sé também diz que o papa reiterou que as dificuldades do mundo de hoje devem ser "um apelo à reflexão para que o coração se abra ao encontro com Deus".

Entre outras dificuldades, a mensagem cita "os ventos gelados da guerra", os fenômenos de injustiça, violência e desigualdade, "a grave emergência climática" e o que é descrito como "mutação antropológica sem precedentes", ao mencionar a chamada ideologia de gênero.

Ideologia de gênero é a militância política baseada na teoria de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher.

A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.

O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.