22 de ago de 2024 às 13:20
Bispos do mundo todo se preparam para a segunda sessão do Sínodo da Sinodalidade 2021-2024, que acontecerá de 2 a 27 de outubro no Vaticano.
Grupos de discussão continentais vêm discutindo o Instrumentum Laboris, documento de trabalho da Santa Sé para a segunda e última sessão global do Sínodo da Sinodalidade publicado em 9 de julho com base nas discussões da primeira sessão do sínodo em outubro passado.
América Latina
O Conselho Episcopal da América Latina e Caribe (CELAM) fez um congresso de três dias em Bogotá, Colômbia, com a presença de quase 1,5 mil pessoas. Cerca de 200 pessoas participaram de workshops pessoalmente, e outras 1,2 mil pessoas participaram online no congresso de 9 a 11 de agosto para discutir tópicos incluindo estruturas da igreja, o papel das mulheres e o significado da missão.
Ao referir-se ao relatório de síntese do ano passado da primeira sessão do Sínodo da Sinodalidade, o arcebispo de Caracas, Venezuela, dom Raúl Biord, disse que, sobre o tema-chave do sínodo, a missão, “a pobreza das propostas no relatório é impressionante”. Ele desafiou os participantes a considerarem mais profundamente a relação entre sinodalidade e missão, conforme traçado pela Santa Sé no Instrumentum Laboris .
“Reduzir a missão a um cuidado pastoral missionário, como proposto em muitos de nossos organogramas diocesanos, é desfocado e empobrecedor”, disse o arcebispo no congresso. “O verdadeiro objetivo da sinodalidade é a missão à qual somos chamados (pelo mandato do Ressuscitado), na qual estamos envolvidos (a partir da dinâmica trinitária) e comprometidos (pelo batismo e pelos sacramentos da iniciação cristã)”.
Europa
Este mês, 42 representantes de igrejas locais de toda a Europa serão divididos em pequenos grupos focais em uma conferência de 29 a 31 de agosto em Linz, Áustria, para discutir os temas definidos pelo documento de trabalho da Santa Sé para a segunda sessão do Sínodo.
Membros do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), incluindo os presidentes das conferências episcopais da Itália, Áustria e Suíça, participarão da reunião de três dias, com teólogos e canonistas e representantes da Santa Sé.
A teóloga pastoral Klara-Antonia Csiszar, que participou da primeira sessão do Sínodo da Sinodalidade no ano passado, disse que a diversidade em todos os níveis dentro da Igreja será uma área de foco principal da reunião liderada pela CCEE.
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“Nós demos importância a como a diversidade pode ser percebida na Europa”, disse Csiszar à agência de notícias católica austríaca Kathpress. “Que mensagem essa diversidade tem para a Igreja na Europa, o que ela significa para nossas igrejas locais, [e] que voz a Igreja na Europa desempenha na sinfonia da Igreja universal?”
Ásia
Na Ásia, a Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC, na sigla em inglês) fez seu workshop regional de 5 a 8 de agosto em Bangkok, Tailândia e identificou a necessidade de unidade e harmonia para o crescimento da Igreja numa região majoritariamente não-cristã. A reunião contou com a presença de 38 delegados de igrejas de 17 países.
“A Ásia nutriu uma diversidade de culturas e religiões e, ao abraçar a harmonia, a apreciação mútua e o respeito pelas diferenças, podemos ajudar a Igreja universal a entender mais sobre a experiência de caminhar juntos em meio à diversidade”, disse o cardeal Stephen Chow ao jornal Sunday Examiner da diocese de Hong Kong, China.
Em associação com seu escritório de comunicação social, a FABC lançou recentemente o site “Sinodality Asia ” para envolver fiéis católicos no caminho sinodal da Ásia.
África
Antes do lançamento do Instrumentum Laboris, o Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM) e a Iniciativa Sinodal Africana (ASI, na sigla em inglês), convocou uma reunião de dois dias em Nairóbi, Quênia, em abril.
Cinquenta delegados de igrejas locais se reuniram para explorar as formas e meios de ser “uma igreja sinodal em missão” e discutiram a experiência única e a contribuição distinta dos povos da África na evangelização do continente.
O arcebispo de Kinshasa, República Democrática do Congo, cardeal Fridolin Ambongo, presidente do SECAM, disse que o encontro reconheceu a importância de fortalecer a identidade cristã na região.
“Houve consenso entre os delegados de que a África deve abraçar a experiência das Pequenas Comunidades Cristãs (SCCs, na sigla em inglês); e os ricos princípios filosóficos do Ubuntu, que destacam os valores da família, fraternidade e solidariedade. Essas discussões destacaram a necessidade de integrar essas distintas forças culturais e comunitárias na missão mais ampla da nossa Igreja”, disse dom Ambongo em coletiva de imprensa depois da conferência que ocorreu de 23 a 26 de abril.