23 de ago de 2024 às 16:18
O líder da Igreja Greco-Católica Ucraniana, dom Sviatoslav Shevchuk, defendeu a nova lei ucraniana que visa limitar a influência da Igreja Ortodoxa Russa, que apoia o regime de Vladimir Putin, no país.
O arcebispo-mor de Kiev acusa a Rússia de usar a Igreja Ortodoxa Russa "como uma ferramenta de militarização".
A Igreja Ortodoxa Russa é uma igreja ortodoxa oriental autocéfala com cerca de 150 milhões de membros, mais da metade dos cristãos ortodoxos do mundo. O patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa Russa deu apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.
A nova lei, aprovada pelo parlamento ucraniano na terça-feira (23), proíbe a Igreja Ortodoxa Russa em território ucraniano. Também incentiva organizações religiosas na Ucrânia, incluindo a Igreja Ortodoxa Ucraniana, alinhada a Moscou, "a romper os laços existentes com o Estado russo", segundo a agência de notícias do parlamento ucraniano.
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Em um comunicado divulgado no primeiro dia do ataque, Kirill enfatizou que era "o Patriarca de Toda a Rússia e o primaz de uma Igreja cujo rebanho está localizado na Rússia, Ucrânia e outros países" e pediu "a todas as partes do conflito que façam todo o possível para evitar vítimas civis", reiterando que "os povos russo e ucraniano têm uma história comum de séculos". A declaração não incluiu nenhuma condenação da agressão russa, mas pareceu reafirmar a convicção de que a Ucrânia é território canônico da Rússia.
Em documento de 27 de março publicado no site da Igreja Ortodoxa Russa, um conselho organizado pela igreja chamou a "operação militar especial" de Putin de "guerra santa".
O papa Francisco não se encontra com Kirill desde o encontro no aeroporto de Havana, Cuba, em fevereiro de 2016, o primeiro encontro entre um papa e um patriarca de Moscou. Um segundo encontro planejado entre os dois líderes em Jerusalém em junho de 2022 foi cancelado depois de uma videochamada entre o papa e o patriarca russo em março daquele ano.