A Igreja celebra hoje (26) santa Teresa de Jesus Jornet e Ibars, freira espanhola que se santificou no serviço aos idosos em estado de abandono. Em 1873 fundou - junto com o padre Saturnino López Novoa - a congregação religiosa das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados, na cidade de Barbastro, Huesca, Espanha. No Brasil, a congregação cuida de quatro lares de idosos no Estado de São Paulo.

O trabalho se espalhou rapidamente, floresceu e deu frutos abundantes, a tal ponto que, com a morte de madre Teresa, a congregação era responsável por 103 lares de idosos, distribuídos entre a Espanha e a América.

O bem é contagioso

Teresa Jornet nasceu em Aitona, Lérida, Espanha, no dia 9 de janeiro de 1843, numa família profundamente católica. Prova disso são as muitas vocações que floresceram no seio da família. Duas de suas irmãs também foram religiosas: uma delas, Josefa, entrou para as Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo e serviu por muitos anos num hospital em Havana, Cuba; a outra ingressou na Congregação fundada por Teresa. Finalmente, três filhas de seu irmão também fizeram parte de sua comunidade.

Inicialmente Teresa estudou para ser professora na cidade de Lérida. Ao se formar, foi convidada por um tio seu, o beato padre Francisco Palau y Quer - carmelita descalço exclaustrado - para trabalhar no Instituto das Irmãs Terciárias Carmelitas, por ele fundado. Teresa trabalhou ali com dedicação, mas ainda sem considerar a vida religiosa como opção para a sua vida.

“Que queres que te faça? (Mc 10, 51-52)

O chamado vocacional veio depois. Teresa descobriu-se chamada à vida contemplativa e pediu para entrar no mosteiro das Clarissas de Briviesca, em Burgos, Espanha, em 1872. No entanto, não fez os votos e voltou à casa da família. Depois desses acontecimentos, ela reconsiderou seu caminho e decidiu tornar-se carmelita terciária para se dedicar ao ensino.

Em junho do mesmo ano, Teresa fez uma viagem com a mãe às águas termais de Estadilla, Huesca. Durante a viagem de volta, Teresa parou em Barbastro, localidade onde conheceu o beato Saturnino López Novoa que, com um grupo de amigos sacerdotes, se dedicava a cuidar de idosos abandonados.

Teresa viu naquela nobre obra um sinal, algo que lhe indicava o caminho que procurava. Talvez, pela primeira vez, o futuro parecia mais claro e brilhante. Ela percebeu que era o próprio Cristo quem lhe pedia para se doar assim aos outros.

A caridade assistencial e o seu sentido

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Pouco depois, em 11 de outubro de 1872, Teresa voltaria a Barbastro, desta vez para ficar. Ela chegou acompanhada de sua irmã Maria e da amiga Mercedes Calzada. Seu propósito era integrar o grupo das primeiras aspirantes, liderado pelo padre Saturnino. Teresa seria nomeada superiora daquela primeira comunidade feminina.

Depois, a santa recebeu oficialmente, das mãos do beato Saturnino, as constituições que regeriam a vida daquelas mulheres. Poucos meses depois, em 27 de janeiro de 1873, ocorreu a fundação da Congregação das Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados.

Em maio de 1873, as irmãzinhas chegaram a Valência, sempre acompanhadas pelo padre Saturnino, a pedido da Associação dos Católicos da cidade. A ideia era começar o trabalho de ajuda aos idosos abandonados.

A espiritualidade desta congregação, concebida e forjada pelos seus santos fundadores, consiste em acolher os idosos mais pobres e integrá-los no ambiente familiar, atendendo às suas necessidades materiais e espirituais. Nas palavras de Teresa, trata-se de: “Cuidar dos corpos para salvar as almas”.

Teresa de Jesus Jornet e Ibars foi superiora-geral de sua congregação até o dia de sua morte, ocorrida em Liria, Valência, em 26 de agosto de 1897. Tinha 54 anos.

O caminho do amor aos mais frágeis

Teresa de Jesus Jornet e Ibars foi beatificada em 27 de abril de 1958 pelo papa Pio XII, apenas 50 anos depois da sua morte.

O papa são Paulo VI a canonizou em 27 de janeiro de 1974. Na homilia da missa de canonização, o papa disse: “Teresa Jornet tinha algo, misterioso por assim dizer, que nos atrai. Ao seu lado sente-se essa presença inefável da Vida que a sustentou e a encorajou em seus esforços de consagração a Deus e ao próximo, guiando-a no caminho concreto da assistência caritativa. O fruto do enorme trabalho realizado por tão humilde freira se concretizou de forma admirável, mas sem clamor externo. A obra da graça sempre será algo misterioso.”

Atualmente, as Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados contam com 204 lares distribuídos em 19 países, incluindo Alemanha, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Filipinas, Guatemala, México, Moçambique, Peru e Paraguai.