Uma relíquia de primeiro grau do beato Carlo Acutis será exposta amanhã (28), no santuário santa Rita de Cássia, em Curitiba.  Às 19h o responsável pelo apostolado do beato Carlo Acutis no Brasil, padre Fabio Vieira, da diocese de Corumbá (MS), rezará missa durante a qual a relíquia estará exposta.

A relíquia de Carlo Acutis é um fragmento do corpo do beato e foi trazida a Curitiba pelo padre Fábio, diretor espiritual do movimento Devotos de Carlo Acutis no Brasil (DCAB), criado em 26 de março de 2020 com a missão de propagar a devoção ao futuro santo millennial.

A iniciativa da vinda da relíquia do beato ao santuário é da paroquiana Sandra Espada, devota do beato Carlo Acutis desde o início da pandemia da covid-19. Sandra disse a ACI Digital que conheceu o padre Fábio Vieira e “foi construindo uma amizade através do Carlo” e sempre que ele tem uma missão em Curitiba ela o ajuda. Desta vez, ela aproveitou a vinda do sacerdote com a relíquia do beato e pediu ao seu pároco, padre Nilson Helmann, autorização para que o padre Fábio Vieira celebrasse “uma missa com a benção da relíquia” no santuário para “todos os paroquianos e devotos do Carlo Acutis”

Segundo o padre Nilson Helmann, “ter as relíquias do anjo da juventude” em sua paróquia “é uma grande benção”, pois a vida de Carlo “recorda que viver o Evangelho nos transforma e transforma o mundo”.

A relíquia do beato visitará dois colégios da rede Sagrado Coração de Jesus na quinta-feira, 29 de agosto pela manhã e à tarde.

Carlo Acutis nasceu no dia 3 de maio de 1991, em Londres, na Inglaterra e viveu sua infância e juventude em Milão, na Itália.

Segundo o postulador de sua Causa de Beatificação, o jornalista do L’Osservatore Romano Nicola Gori, Carlo, “tinha uma grande abertura aos outros, sobretudo aos mais necessitados, sem nenhuma distinção de raça ou religião”

A mãe do beato, Antonia Salzano, disse em uma entrevista que ele gostava de computadores e videogames, mas “não tinha favoritos” e “não dedicava tempo a isso” porque “normalmente ele não tinha muito tempo”, pois “estudava muito” e “tinha muitas coisas para fazer.” Além disso, ele “foi catequista durante cinco anos” e passou grande parte da sua juventude pesquisando e divulgando milagres Eucarísticos e aparições marianas e criou um site com essa finalidade. Com isso ele foi chamado de "ciberapóstolo da Eucaristia", "apóstolo dos millennials" e, atualmente, de "apóstolo da Internet". Carlo Acutis dizia que a Eucaristia era sua “estrada para o céu”.

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Carlo era muito devoto de Nossa Senhora. Rezava o rosário diariamente e tinha se consagrado a Maria várias vezes. Segundo o Vatican News, ele desenhou um esquema do rosário que depois reproduziu com o seu próprio computador.

Aos 15 anos, Carlo descobriu que tinha leucemia promielocítica aguda (LMA M3), considerada a forma mais agressiva deste câncer. Um pouco antes de sua hospitalização disse aos pais: "Ofereço os sofrimentos que deverei sofrer ao Senhor, pelo papa e pela Igreja, para não ir ao purgatório e ir direto ao céu". Carlo teve morte cerebral em 11 de outubro de 2006 e seu coração parou de bater às 6h45 do dia 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida.

Ele foi beatificado pelo papa Francisco em 10 de outubro de 2020, depois do reconhecimento de um milagre por sua intercessão do menino Matheus, um brasileiro de Campo Grande (MS) que tinha uma malformação congênita conhecida como pâncreas anular. A mãe de Matheus conheceu Carlo Acutis através de um padre amigo e pediu a intercessão do jovem pela cura de seu filho. O milagre aconteceu depois que Matheus venerou uma das relíquias do beato que chegou ao Brasil em 2013.

Em 23 de maio deste ano, o papa Francisco autorizou a canonização do beato Carlo Acutis, ao reconhecer o segundo milagre pela intercessão do beato. Com isso, Carlo será o primeiro santo millennial, termo dado às pessoas que nasceram entre o início de 1980 e meados de 1990. A canonização de Carlo Acutis ainda não tem uma data definida, mas será durante o Ano Jubilar de 2025 da Igreja.

O segundo milagre atribuído a Carlo é sobre a cura milagrosa da jovem Valéria Valverde, de 21 anos, da Costa Rica. Em 2022, ela estava perto da morte depois de ferir gravemente a cabeça em um acidente de bicicleta. Sua mãe fez uma peregrinação a Assis até o túmulo do beato Carlo Acutis, pedindo a intercessão do beato pela cura da sua filha. No mesmo dia, Valéria começou a respirar sozinha e, no dia seguinte, recuperou o movimento dos membros superiores e parte da fala. A jovem recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), dez dias depois da peregrinação de sua mãe e fez novos exames que mostraram que a contusão cortical temporal direita hemorrágica em seu cérebro desapareceu completamente.