Depois que os corpos de seis reféns mortos pelo grupo terrorista islâmico Hamas foram recuperados pelas forças israelenses no fim de semana, o papa Francisco pediu paz na Terra Santa, a libertação dos reféns restantes e ajuda humanitária para o surto de pólio em Gaza.

A Faixa de Gaza, território palestino controlado pelo grupo terrorista islâmico Hamas, está sob ataque das forças militares israelenses desde que o Hamas invadiu Israel, matou 1,4 mil civis e sequestrou centenas de israelenses em 7 de outubro do ano passado.

Ao falar aos peregrinos reunidos ontem (1) na praça de São Pedro para a oração dominical do Ângelus, o papa expressou profunda preocupação com o risco da guerra entre Israel e o Hamas “se espalhar para outras cidades palestinas”.

“Faço apelo para que não parem as negociações, haja um imediato cessar-fogo, sejam libertados os reféns e socorrida a população em Gaza, onde estão se difundindo muitas doenças, incluindo a poliomielite”, disse ontem (1) o papa Francisco.

“Que haja paz na Terra Santa”, pediu Francisco. “Que haja paz em Jerusalém! Que a Cidade Santa seja um ponto de encontro onde cristãos, judeus e muçulmanos se sintam respeitados e acolhidos, e ninguém questione o status quo nos seus respectivos Lugares Santos”.

O papa fez os comentários poucas horas depois de Israel anunciar ontem (1) que recuperou os corpos de seis reféns mortos pelo Hamas num túnel subterrâneo na cidade de Rafah, em Gaza, pouco antes da chegada das Forças de Defesa de Israel e quando uma campanha humanitária de vacinação contra a poliomielite começou em Gaza.

Entre os reféns mortos estava Hersh Goldberg-Polin, israelense com cidadania americana, de 23 anos, cuja mãe se encontrou com o papa Francisco em novembro do ano passado para pedir a libertação dos reféns e discursou na convenção nacional do Partido Democrata em Chicago, EUA, no mês passado. Segundo a agência de notícias americana Associated Press (AP), Israel acredita que 101 reféns permanecem cativos pelo Hamas em Gaza, incluindo 35 que se acredita estarem mortos.

Israel e o Hamas concordaram com uma “pausa humanitária” de três dias consecutivos para permitir que agentes humanitários iniciem a campanha, que busca vacinar mais de 640 mil crianças palestinas menores de dez anos de idade contra a poliomielite.

Peregrinos reunidos ontem (1) na praça de São Pedro, no Vaticano, para a oração do Ângelus. Vatican Media
Peregrinos reunidos ontem (1) na praça de São Pedro, no Vaticano, para a oração do Ângelus. Vatican Media

Durante seu discurso do Ângelus, o papa também rezou pelas centenas de pessoas que foram mortas em um ataque terrorista em Burkina Faso, na África, em 24 de agosto. Um grupo terrorista ligado à Al Qaeda na África Ocidental, conhecido como Jama'at Nusrat al-Islam wal Muslimin (JNIM), assumiu a responsabilidade pelo ataque.

“Ao condenar estes execráveis ​​ataques contra a vida humana, expresso a minha proximidade a toda a nação e as minhas sentidas condolências às famílias das vítimas. Possa a Virgem Maria ajudar o querido povo do Burkina Faso a encontrar a paz e a segurança”, disse o papa Francisco.

O papa também expressou preocupação com o fato de mais de um milhão de pessoas terem ficado sem eletricidade e água depois de ataques à infraestrutura energética na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

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“Estou sempre próximo do martirizado povo ucraniano, duramente atingido pelos ataques às suas infraestruturas energéticas. Além de causarem mortos e feridos, deixaram mais de um milhão de pessoas sem eletricidade e sem água”, disse o papa. “Recordemos que a voz dos inocentes encontra sempre uma escuta junto de Deus, que não é indiferente ao seu sofrimento”.

Em sua reflexão sobre o Evangelho de ontem (1) o papa Francisco falou sobre a tentação da hipocrisia e destacou a importância de ter uma genuína pureza de coração.

“A pureza - diz Jesus - não está ligada a ritos exteriores, mas, antes de mais, a disposições interiores”, disse o papa ao citar o capítulo 7 do Evangelho de são Marcos.

“Por isso, para ser puro, de nada serve lavar as mãos várias vezes, se depois se abrigam no coração sentimentos maus como a cobiça, a inveja ou o orgulho, ou intenções más como o engano, o roubo, a traição e a calúnia (cf. Mc 7, 21-22).”

O papa Francisco também disse que os cristãos devem tomar cuidado para não viver uma “vida dupla”, na qual parecem “piedosos na oração, mas depois tratam os próprios parentes em casa com frieza e distanciamento, ou negligenciam seus pais idosos, que precisam de ajuda e companhia” ou fazem “mexericos maldosos e impiedosos” em frente à igreja depois da missa.

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“Perguntemo-nos, então: vivo a minha fé com coerência, ou seja, o que faço na igreja, procuro fazer com o mesmo espírito fora dela?”, disse Francisco.

“E que Maria, Mãe puríssima, nos ajude a fazer da nossa vida, no amor sincero e praticado, um culto agradável a Deus (cf. Rm 12, 1)”, rezou o papa Francisco.

Peregrinos ontem (1) na praça de São Pedro, no Vaticano. Vatican Media
Peregrinos ontem (1) na praça de São Pedro, no Vaticano. Vatican Media

O papa também pediu orações por sua viagem apostólica à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura, de 2 a 13 de setembro, que será a mais longa viagem internacional de seu pontificado.