O Papa pede a grego-ortodoxos enfrentar juntos os desafios que ameaçam a fé

VATICANO, 27 de fev de 2006 às 16:40

Com ocasião da visita de um grupo de alunos do Colégio teológico da Diaconia Apostólica da Igreja Ortodoxa da Grécia, o Papa Bento XVI ofereceu uma mensagem no qual qualificou de "sinal alentador" o desenvolvimento positivo das relações entre a Igreja de Roma e a Igreja Ortodoxa da Grécia e fez um chamado a enfrentar juntos os desafios que ameaçam a fé, cultivar o "húmus" espiritual que nutriu a Europa por séculos e reafirmar os valores cristãos.

Em uma mensagem que foi entregue aos alunos ortodoxos no final da audiência celebrada ao meio-dia, o Santo Padre assinalou que "para nós, cristãos do Oriente e do Ocidente, ao início do segundo milênio as forças do mal atuaram também nas divisões que continuam perdurando entre nós. Entretanto, nos últimos 40 anos, muitos sinais consoladores e cheios de esperança nos permitiram entrever uma nova aurora, a do dia em que compreenderemos plenamente que estar enraizados e fundados na caridade de Cristo significa encontrar concretamente um caminho para superar nossas divisões por meio de uma conversão pessoal e comunitária, a escuta dos demais e a oração em comum por nossa unidade".

Segundo o Papa, um destes sinais alentadores é o desenvolvimento positivo das relações entre a Igreja de Roma e a Igreja ortodoxa da Grécia. Depois do encontro entre João Paulo II e Sua Beatitude Christodoulos, Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, no areópago (2001), "houve várias iniciativas úteis para nos conhecer mais de perto e favorecer a formação das gerações mais jovens".

O Papa garantiu que "a caridade recíproca alimentará nossa criatividade e nos permitirá percorrer novas vias. Devemos enfrentar os desafios que ameaçam a fé, cultivar o "húmus" espiritual que nutriu durante séculos a Europa, reafirmar os valores cristãos, promover a paz e o encontro, também nas condições mais difíceis".

Do mesmo modo, continuou o Pontífice, "aprofundar naqueles elementos da fé e da vida eclesiástica que podem conduzir à meta da plena comunhão na verdade e na caridade, sobretudo agora que o diálogo teológico oficial entre a Igreja católica e a Igreja ortodoxa em seu conjunto reata seu caminho com vigor renovado".