Ao receber hoje os participantes da assembléia geral da Pontifícia Academia para a Vida sobre o tema "O embrião humano antes da implantação", o Papa Bento XV afirmou que "a vida humana é sempre um bem" e destacou que "no ser humano, em cada ser humano, em qualquer fase ou condição de sua vida, resplandece um reflexo da mesma realidade de Deus".

Em sua intervenção, o Santo Padre ressaltou que o tema que a assembléia estudará nestes dias "é fascinante, mas difícil e árduo, dada a delicada natureza do sujeito que se examina e a complexidade dos problemas epistemológicos que concernem à relação" entre os dados científicos-experimentais e a reflexão sobre os valores antropológicos.

Depois de lembrar que a Sagrada Escritura "mostra o amor de Deus por cada ser humano, antes inclusive de que se forme no seio da mãe", o Pontífice afirmou que "o amor de Deus não faz distinções entre o ser humano recém concebido e que se encontra no seio materno, e a criança ou o jovem ou o homem maduro ou o idoso, porque em cada um deles vê a marca da própria imagem e semelhança".

"Este amor sem limites e quase incompreensível de Deus pelo ser humano –continuou o Papa–, revela até que ponto a pessoa humana é digna de ser amada em si mesmo, independentemente de qualquer outra consideração –inteligência, beleza, saúde, juventude, integridade– etc. Em suma, a vida humana é sempre um bem".

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Bento XVI destacou que "no ser humano, em cada ser humano, em qualquer fase ou condição de sua vida, resplandece um reflexo da realidade de Deus. Por isso, o magistério da Igreja tem constantemente proclamado o caráter sagrado e inviolável de cada vida humana, desde sua concepção até seu fim natural. Este julgamento moral vale desde o início da vida de um embrião, antes de implantado no seio materno".

Ao se referir à pesquisa sobre a origem da vida, "um mistério cujo significado poderá iluminar cada vez mais a ciência, embora dificilmente conseguirá decifrá-lo totalmente", o Papa assinalou que "quem ama a verdade deveria perceber que a pesquisa sobre temas tão profundos nos possibilita ver e inclusive quase toca a mão de Deus".

"Além dos limites do método experimental, no limite do reino que alguns chamam meta-análise, onde não basta ou não é possível a percepção sensorial, nem a verificação científica, inicia a aventura da trascendência, o compromisso de ‘proceder mais à frente’", concluiu o Papa.