17 de set de 2024 às 11:41
O papa Francisco enviou uma mensagem a todos os jovens do mundo por ocasião da XXXIX Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada nas Igrejas particulares em 24 de novembro com o lema “Aqueles que esperam no Senhor, caminham sem se cansar (cf. Is 40,31)”.
Em sua mensagem, o papa apresenta aos jovens algumas chaves para percorrer “um caminho de esperança” face às tragédias atuais, que podem causar tristeza e incerteza quanto ao futuro.
“A recompensa final é maravilhosa”
Francisco disse que a vida “é uma peregrinação” e um caminho em busca da felicidade e que para os cristãos é “um caminho para Deus”.
O papa disse que os sucessos que permanecem no plano material “deixam-nos ainda com fome, desejosos de um sentido mais profundo”, pois “não satisfazem completamente a nossa alma”.
Francisco disse que “olhar a vida da varanda” para um jovem não pode ser suficiente, e encorajou-os a viver plenamente apesar do cansaço interior causado pelas “pressões sociais”, tanto no trabalho como na vida pessoal.
“Isso produz tristeza, pois vivemos no afã de um ativismo vazio que nos leva a preencher os nossos dias com mil coisas e, apesar disso, a sentir que nunca conseguimos fazer o suficiente e que nunca estamos à altura”, disse o papa.
Diante desse cansaço e tédio, Francisco convidou os jovens a “sujarem as mãos” e a saírem da “zona de conforto”, deixando de ver “o mundo atrás de uma tela”.
A solução para esse cansaço é, segundo o papa Francisco, não parar para descansar, mas “pôr-se a caminho e tornar-se peregrino da esperança”.
“Este é o convite que vos faço: caminhai na esperança! A esperança vence todo o cansaço, toda a crise e toda a ansiedade, dando-nos uma forte motivação para avançar, porque é um dom que recebemos do próprio Deus”, disse o papa.
Francisco disse que Deus “enche o nosso tempo de sentido, ilumina-nos o caminho, indica-nos a direção e a meta da vida”.
“A esperança é precisamente uma força nova, que Deus infunde em nós, que nos permite perseverar na corrida, que nos dá uma ‘visão de longo alcance’, que ultrapassa as dificuldades do presente e nos orienta para uma meta concreta: a comunhão com Deus e a plenitude da vida eterna”.
O papa disse que “se há uma bela meta, se a vida não se dirige para o vazio, se nada daquilo que sonho, projeto e realizo se perde, então vale a pena caminhar e suar, suportar os obstáculos e enfrentar o cansaço, porque a recompensa final é maravilhosa!”
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As crises são “períodos de purificação da esperança”
O papa Francisco falou sobre o sentimento de solidão e os momentos de crise, que, segundo ele, “não são tempos perdidos ou inúteis, mas podem revelar-se importantes oportunidades de crescimento. São tempos de purificação da esperança”.
“Nestes momentos, o Senhor não nos abandona; aproxima-se com a sua paternidade e dá-nos sempre o pão que revigora as nossas forças e nos põe de novo a caminho”, disse Francisco.
Ao falar sobre o amor do beato Carlo Acutis pela Eucaristia, o papa convidou os jovens a redescobrir o seu valor e aconselhou nos momentos de cansaço “descansar a alma”, ou seja, “descansar como Jesus e em Jesus”.
Uma viagem interior como peregrinos sem “selfies” e superficialidades
O papa Francisco encorajou os jovens a se colocar “a caminho, para descobrir a vida, nas pegadas do amor, em busca do rosto de Deus”.
“Mas o que vos recomendo é o seguinte: não partam como meros turistas, mas como peregrinos. Isto é, que a vossa caminhada não seja apenas uma passagem pelos lugares da vida de forma superficial, sem captar a beleza do que encontrais, sem descobrir o sentido dos caminhos percorridos, captando só breves momentos, experiências fugazes registradas numa selfie”.
O papa convidou os jovens a serem peregrinos, a mergulhar “de alma e coração nos lugares que encontram” e fazer um “caminho interior” para chegar ao destino final.
Francisco disse querer que muitos jovens possam peregrinar a Roma para o Jubileu da Esperança 2025 e que o vivam com gratidão, busca do Senhor e arrependimento dos pecados.
“O exemplo dos santos nos sustenta”
O papa convidou os jovens a sentir “o abraço misericordioso” de Deus e da Igreja”, representado na famosa colunata de Bernini na basílica de São Pedro.
“Enquanto caminhamos, levantemos o olhar, com os olhos da fé, para os santos que nos precederam na caminhada, que chegaram à meta e nos dão o seu testemunho encorajador”, disse o papa Francisco.
Por fim, Francisco disse que “o exemplo dos homens e das mulheres santos atrai-nos e sustenta-nos” e confiou o caminho dos jovens a Nossa Senhora, para que, seguindo o seu exemplo, “saibais esperar com paciência e confiança aquilo que esperais, permanecendo no vosso caminho como peregrinos da esperança e do amor”.