Santuário de Canindé celebra 800 anos dos estigmas de são Francisco

17 de set de 2024 às 16:11

O Santuário de São Francisco das Chagas, em Canindé (CE), celebra a Semana das Chagas de hoje (17) até segunda-feira (23), em comemoração pelos 800 anos dos estigmas de são Francisco de Assis.

Hoje (17), solenidade dos Estigmas de São Francisco, são celebradas seis missas, confissões. Uma carreata com a imagem de são Francisco das Chagas pelas ruas de Canindé sairá às 17h.

A programação da semana inclui missas, confissões, terços e shows.

A novidade este ano será a 1ª Marcha Francisca da Juventude que sairá no sábado (21) às 22h da Praça da Igreja Matriz de Santo Antônio, em Caridade (CE). Os jovens caminharão mais de 21 km na madrugada para chegar na manhã do domingo (22) no Santuário de São Francisco das Chagas onde receberão a bênção e acolhida.

Esta festa antecede a tradicional Festa de São Francisco das Chagas, que acontece todos os anos de 24 de setembro a 4 de outubro e atrai romeiros de todas as regiões. Este ano o tema da festa é “As chagas de Cristo presentes em são Francisco e na vida do povo”.

Os franciscanos tiveram um papel importante na colonização do Ceará e propagaram na região a devoção às chagas de são Francisco. A primeira igreja dedicada a São Francisco na região do sertão data de 1796 e foi construída por um terciário, membro da Ordem Terceira de São Francisco. Esta igreja ficou sob os cuidados do clero diocesano até que foi assumida por uma comunidade de frades capuchinhos em 1898. Eles fizeram uma grande reforma. Em 1925 foi elevada à categoria de basílica menor pela Santa Sé.

Nas romarias de São Francisco das Chagas é comum que os romeiros cheguem vestidos com o hábito franciscano marrom. 

Veja a programação completa aqui.

Os 800 anos dos estigmas de são Francisco

Em 1224, são Francisco de Assis recebeu em seu próprio corpo os estigmas, que são as marcas das chagas de Cristo crucificado.

Ele foi o primeiro santo a receber os estigmas. Aconteceu enquanto ele fazia um retiro espiritual no Monte Alverne, na Itália, em jejum e oração.

Segundo a Legenda Maior de São Francisco, escrita pelo doutor seráfico são Boaventura, “estando próxima a festa da Exaltação da Santa Cruz", o santo fundador dos franciscanos estava rezando, quando viu descer do céu um serafim com seis asas esplêndidas.

“Apareceu então um personagem entre as asas: era um homem crucificado, com as mãos e os pés estendidos e presos a uma cruz. Duas asas se erguiam por cima de sua cabeça, duas outras desdobradas para o voo e as duas outras cobriam-lhe o corpo”, descreve são Boaventura.

São Francisco ficou maravilhado e sentiu em seu coração um misto de alegria e dor porque se alegrou com essa graça, mas ver Cristo pregado foi para ele como uma espada “que trespassou a sua alma”.

“Ao desaparecer aquela visão, deixou no coração de Francisco um ardor admirável e imprimiu em seu corpo uma imagem não menos maravilhosa, pois no mesmo instante começaram a aparecer em suas mãos e pés os sinais dos cravos, iguais em tudo ao que antes havia visto na imagem do serafim crucificado”, diz são Boaventura.

O santo diz posteriormente que são Francisco buscou manter os estigmas escondidos, mas muitos testemunharam esse dom sobrenatural.

As chagas ficaram em são Francisco até a sua morte.