O Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e a Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos (CLAR) declararam hoje (24) um dia internacional de oração pela Igreja na Nicarágua.

O dia de oração, diz a ADN Celam, será realizado hoje (24) a partir das 18h (horário local) na Colômbia, Panamá, Equador e Peru (17h no México e na América Central), no dia em que a Igreja celebra Nossa Senhora da Misericórdia.

O CELAM também lançou a hashtag #TodosConNicaragua  (Todos com a Nicarágua) para participar do dia de oração, quando "nessa nação irmã a Igreja sofre os capítulos mais sombrios de sua história".

"Rezamos para que aqueles que têm o poder em suas mãos ouçam o grito de um povo, pelos milhares de migrantes, pela Igreja que sofre nela as mesmas dores do Crucificado, pelos mais pobres e vulneráveis que são deixados sozinhos", dizem os organizadores.

O que está acontecendo na Nicarágua?

O regime do presidente Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda, e Rosario Murillo, sua mulher e vice-presidente da Nicarágua, persegue a Igreja com crescente desde 2018, por causa do apoio dado a manifestações populares contra as más condições de vida no país.

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Além do exílio e expulsão de padres e bispos, como o bispo de Matagalpa e administrador apostólico de Estelí, dom Rolando Álvarez, agora exilado em Roma, houve muitas agressões do regime contra a Igreja.

No dia 15 de agosto, Martha Patricia Molina, advogada e pesquisadora, apresentou a quinta parte de seu relatório Nicarágua: Uma Igreja Perseguida? que contabiliza 870 ataques do regime contra a Igreja, de 2018 a julho de 2024.

Em 19 de agosto, o regime nicaraguense cancelou o status legal de 1,5 mil organizações não-governamentais (ONGs), incluindo 678 ONGs católicas e evangélicas, como o fundo para padres aposentados do país.

Em 3 de setembro, a Assembleia Nacional da Nicarágua, controlada por Ortega, aprovou uma reforma do Código Penal para punir crimes contra o Estado cometidos no exterior. Trata-se de uma medida para manter os nicaraguenses dispersos no exterior “calados, em silêncio, sem expressar nada”, disse o ex-ministro da Educação nicaraguense Humberto Belli, que vive exilado nos EUA.

Em 5 de setembro, a Casa Branca informou que 135 presos políticos foram libertados e enviados para a Guatemala, incluindo 13 membros da igreja cristã Puerta de la Montaña e vários católicos leigos.