“Tenham filhos”, disse o papa Francisco aos casais, em suas palavras antes da oração do Ângelus de hoje (6) na Praça de São Pedro, no Vaticano. Ele enfatizou que no matrimônio “é essencial estar abertos ao dom da vida”.

O papa disse que no Evangelho de hoje(Mc 10, 2-16) “Jesus nos fala do amor conjugal”, respondendo a uma pergunta feita pelos fariseus, “uma pergunta provocatória a Jesus sobre um assunto controverso: o repúdio da esposa por parte do marido”.

“Eles gostariam de arrastá-lo para uma polêmica, mas Ele não permite, na verdade, Ele aproveita a ocasião para chamar sua atenção para um discurso mais importante: o valor do amor entre o homem e a mulher no plano de Deus”, disse.

O papa disse que, em uma época em que “a condição da mulher no matrimônio era de grande desvantagem em relação a do homem”, Jesus “lembra-lhes que o Criador quis que a mulher e o homem fossem iguais em dignidade e complementares na diversidade, para serem a ajuda um do outro, companhia, mas ao mesmo tempo estímulo e desafio para crescer”.

A entrega dos cônjuges deve ser “sem ‘meias medidas’”

O Senhor, disse o papa, ressalta a necessidade de que a doação dos cônjuges “seja plena” e “sem ‘meias medidas’”.

Essa entrega mútua, disse, é “destinada a durar não ‘até que eu sinta vontade’, mas para sempre, acolhendo um ao outro e vivendo juntos como ‘uma só carne’”.

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“Isso não é fácil, isso exige fidelidade, mesmo nas dificuldades, exige respeito, sinceridade, simplicidade”, disse ele, observando que também “requer estar aberto ao confronto, às vezes à discussão, quando necessário, mas sempre pronto para o perdão e a reconciliação”.

“E eu recomendo: marido e mulher briguem, tudo o que quiserem, desde que façam as pazes antes que termine o dia. Sabem por quê? Porque a guerra fria no dia seguinte é perigosa. 'E me diga, Papa, como se faz as pazes?' Apenas com um carinho, assim (o Papa mostra tocando o rosto), mas nunca cheguem ao fim do dia sem fazer as pazes”.

“Tenham filhos!”

O papa Francisco então encorajou os cônjuges a estarem “abertos à vida, àquilo que Deus lhes envia”, porque “para os cônjuges é essencial estar aberto ao dom da vida, dos filhos, que são o mais belo fruto do amor, a maior bênção de Deus, uma fonte de alegria e esperança para cada lar e para toda a sociedade”.

“Tenham filhos”, incentivou. “Ontem tive um grande consolo porque era o dia da Gendarmaria [do Vaticano] e um gendarme veio com seus oito filhos. Era lindíssimo de ver”, contou.

O papa destacou que “o amor é exigente, sim, mas é belo, e quanto mais nos deixamos envolver por ele, mais descobrimos, nele, a verdadeira felicidade”.

“E, agora, cada um pede ao seu coração: como é o meu amor? É fiel? É generoso? É criativo? Como são as nossas famílias? Estão abertas à vida, ao dom dos filhos?”, disse, pedindo ao final de sua mensagem que “a Virgem Maria ajude os esposos cristãos”.