10 de out de 2024 às 15:29
O servo de Deus padre João Maria Cavalcanti de Brito, conhecido como o “anjo de Natal”, “viveu a santidade no meio do povo potiguar, nos ensina que a fé verdadeira é manifestada em gestos concretos de caridade e doação”, declarou o arcebispo de Natal, dom João Santos Cardoso ontem (9), no encerramento da fase diocesana do processo de beatificação do servo de Deus, destacando que a vida e o testemunho do padre João Maria Cavalcanti “continuam a inspirar tantos corações ao redor” de Natal e do Brasil.
O encerramento da fase diocesana do processo de beatificação do servo de Deus padre João Maria Cavalcanti de Brito ocorreu na catedral de Natal, durante uma sessão solene do Tribunal para a causa do servo de Deus. Este Tribunal foi instalado no dia 28 de abril deste ano e durante cinco meses, analisou dados históricos e testemunhos sobre a vida e santidade do padre João Maria.
Segundo a arquidiocese de Natal, o início dos trâmites entre a arquidiocese e a Santa Sé, em relação ao padre João Maria ocorreu em 2002, mas somente em 2004, a causa do sacerdote foi iniciada e ele recebeu o título de servo de Deus.
O postulador da causa de beatificação e de canonização do servo de Deus padre João Maria, frei Jociel Gomes disse que é uma alegria “estar encerrando a fase diocesana desta causa”, visto que, “há tanto tempo” ela foi “gestada, sonhada” e agora, chega “na sua fase conclusiva”, “pelo menos no que se diz respeito a arquidiocese de Natal”
Ele contou durante a cerimônia que “a entrega” de toda a documentação do processo, colocada em três caixas lacradas “já está agendada para o dia 17 de outubro, às 10, no Dicastério das Causas dos Santos, em Roma”, na Itália e depois disto, “dependerá dos trâmites do Dicastério”.
Frei Jociel Gomes também explicou que, esta documentação “ao chegar em Roma” será verificada pelo Dicastério para saber “se tudo foi feito de acordo com as normas” e, “se sim, será emitido um decreto de validade jurídica reconhecendo que todos os atos” feitos na arquidiocese de Natal foram “feitos segundo o Vaticano pede”. Com isso, “será nomeado um relator que acompanhará a elaboração de um documento” chamado “Positio”.
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Segundo o frade, “quando essa Positio for aprovada” terá duas comissões: uma histórica e uma teológica, ambas “formada por nove membros”, no qual, “sete deles tem que aprovar a causa”. “Por fim, terá o congresso dos bispos, cardeais para a avaliação da causa e são em número de 18, e estes, na sua maioria também tem que aprovar a causa” do servo de Deus.
“Sendo aprovada por estas três instâncias, a causa será apresentada ao papa”, disse frei Jociel. “E se Deus quiser, nosso servo de Deus será reconhecido como venerável, ou seja, o papa vai reconhecer que ele viveu em grau heroico as virtudes cristãs. Chegando a este ponto, é necessário um milagre ocorrido por intercessão do padre João Maria” para que ele seja declarado beato e mais outro milagre para ser canonizado, disse o postulador.
A cerimônia foi concluída com uma missa em ação de graças pelo encerramento da fase diocesana do processo de beatificação do servo de Deus padre João Maria, celebrada pelo arcebispo de Natal, dom João Santos Cardoso.
Servo de Deus padre João Maria Cavalcanti de Brito
João Maria Cavalcanti de Brito nasceu em 23 de junho de 1848 na Fazenda Logradouro, zona rural do município de Caicó, hoje Fazenda Três Riachos, no município de Jardim de Piranhas, região Seridó do Rio Grande do Norte. Foi ordenado padre no Ceará, em 30 de novembro de 1871. Atuou em vários municípios do Rio Grande do Norte e era conhecido como o “anjo de Natal”, por seus trabalhos com os mais necessitados. Ele também ajudou no combate à seca e na luta contra a epidemia de varíola. Ele morreu de varíola, em 16 de outubro de 1905