11 de out de 2024 às 15:23
O arcebispo de Newark, EUA, dom Joseph cardeal Tobin, disse que, embora questões LGBT não estejam incluídas na agenda oficial da última sessão do Sínodo da Sinodalidade, "isso não significa que as pessoas não estejam falando sobre elas".
Questões controversas foram delegadas pelo papa Francisco à competência de 15 grupos de estudo, cujo mandato se estende além do sínodo deste mês até junho do ano que vem.
Em reunião hoje (11) na Sala de Imprensa da Santa Sé, o cardeal respondeu a uma pergunta sobre receber pessoas com tendências homossexuais na Igreja e como a abordagem mudou em relação à sessão do ano passado.
O cardeal disse que "as preocupações pastorais" em torno dessas pessoas "não são claramente evidenciadas" nos debates desta segunda sessão do Sínodo "como alguns gostariam". No entanto, o cardeal disse que "isso não significa que as pessoas não estejam falando sobre isso".
"Acho que as pessoas estão cientes de uma série de coisas, dos desafios e obrigações particulares que a comunidade LGBT exige de nós", disse o cardeal Tobin.
O arcebispo disse também que o trabalho deve continuar "para não presumir que qualquer país tenha clareza absoluta sobre esse tipo de resposta".
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Dom Tobin falou sobre uma reflexão do padre Timothy Radcliffe, futuro cardeal e assistente espiritual na assembleia sinodal que gerou polêmica no passado ao falar sobre tendências homossexuais.
O cardeal falou sobre o encontro que Jesus teve com uma mulher (cf Mt. 15,27) e disse que "primeiro Jesus a ignora, aparentemente, e lhe dá uma resposta que parece dura". No entanto, ela "então explica sua situação para ele" e a resposta de Jesus muda.
Para o cardeal Tobin, esse é "um paradigma" de como as pessoas com tendências homossexuais devem se sentir dentro da Igreja. Ao citar as palavras do padre Radcliffe como exemplo, ele disse que essas pessoas deveriam permanecer dentro da comunidade eclesial, pois a resposta da Igreja poderia ser suavizada, como Jesus fez com a mulher nas Escrituras.
O bispo de Sandhurst, Austrália, dom Shane Anthony Mackinlay, um dos redatores do documento final do sínodo, disse que o Instrumentum Laboris "inclui os marginalizados e aqueles que se sentem excluídos", entre os quais o bispo citou pessoas com tendências homossexuais e em uniões irregulares.
O bispo australiano também definiu a declaração da Santa Sé Fiducia supplicans , que autoriza bênçãos a uniões homossexuais e casais em situação irregular, aprovada pelo papa Francisco, como "um passo à frente" a esse respeito.
Segundo dom Mackinlay, a declaração que permite aos padres abençoar uniões homosexuais e casais em situação irregular de forma "pastoral" e não ritualizada foi uma resposta do papa Francisco aos temas que "já estavam presentes nas discussões e no relatório de síntese do ano passado".