O papa Francisco disse desejar que cada um dos 21 novos cardeais a serem criados em dezembro seja mais um “servo” do que uma “eminência”, em carta divulgada no sábado (12).

A breve carta do papa deu também as boas-vindas aos cardeais designados como membros do “clero romano”, o que Francisco disse ser “uma expressão da unidade da Igreja e do vínculo que une todas as Igrejas a esta Igreja de Roma”.

O papa anunciou depois do Ângelus de 6 de outubro que vai adicionar 21 homens — 18 bispos e três padres — ao Colégio dos Cardeais num consistório no final deste ano.

Os futuros cardeais vêm de países de todos os continentes e incluem bispos de países como Iraque, Brasil e Itália. Eles serão elevados ao Colégio dos Cardeais numa cerimônia na basílica de São Pedro em 7 de dezembro.

O papa também vai celebrar uma missa de ação de graças com os cardeais em 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição.

O papa Francisco, em sua carta, encorajou os homens a rezarem com frequência, a amarem a todos e a terem misericórdia dos que sofrem.

“Agradeço a generosidade de vocês e asseguro minhas orações para que o título de 'servo' (diácono) eclipse cada vez mais o de 'eminência' ”, disse o papa aos futuros cardeais.

O papa pediu também que eles incorporassem três atitudes que o poeta argentino Francisco Luis Bernárdez usou certa vez para descrever são João da Cruz: “olhos erguidos, mãos unidas, pés descalços”.

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“Olhos erguidos, porque o vosso serviço exigirá que alargueis o olhar e alargueis o coração, para ver mais longe e amar mais expansivamente e com maior fervor”, disse Francisco.

Francisco citou seu antecessor, o papa Bento XVI, que disse que são João da Cruz estava sentado “na escola de seu olhar”, que é “o lado trespassado de Cristo”.

Outra atitude importante, disse o papa, é unir as mãos em oração pelo discernimento, “porque o que a Igreja mais precisa — junto com a pregação do Evangelho — é a oração de vocês para poder pastorear bem o rebanho de Cristo”.

Francisco disse que andar descalço significa estar próximo das difíceis realidades enfrentadas pelas pessoas ao redor do mundo, incluindo “a dor e o sofrimento devido à guerra, à discriminação, à perseguição, à fome e a muitas formas de pobreza”.

“Isso exigirá de vocês grande compaixão e misericórdia”, disse o papa.

Um dos futuros cardeais, o arcebispo Angelo Acerbi, que até 27 de fevereiro de 2001 foi núncio apostólico na Nova Zelândia, já tem mais de 80 anos e não pode mais votar em um futuro conclave.

O padre dominicano Timothy Radcliffe, futuro cardeal, fará 80 anos em 22 de agosto do ano que vem. Radcliffe é um dos dois líderes espirituais do Sínodo da Sinodalidade que ocorre este mês em Roma.

Entre os 21 novos cardeais, nove estão atualmente em Roma para participar da segunda sessão do sínodo de 2 a 27 de outubro.

A lista completa dos novos cardeais pode ser lida aqui.