18 de out de 2024 às 16:13
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, disse ontem (17) a Raymond Arroyo, da EWTN, que vai considerar restaurar a proibição de financiamento de abortos no exterior pelos contribuintes americanos e estabelecer isenções religiosas para qualquer programa governamental que exija cobertura de seguro saúde para fertilização in vitro (FIV).
O ex-presidente foi entrevistado ontem no programa “The World Over with Raymond Arroyo”, antes do jantar anual Al Smith, organizado pela arquidiocese de Nova York. Na entrevista, ele fez um apelo direto aos eleitores católicos, falou com carinho da Igreja e criticou sua oponente, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, por não comparecer pessoalmente ao jantar.
Arroyo fez várias perguntas a Trump sobre aborto e fertilização in vitro, particularmente se o ex-presidente restabeleceria a Política da Cidade do México, que proíbe o financiamento do contribuinte americano a organizações que fazem abortos no exterior. A regra foi implementada pela primeira vez no governo do presidente republicano Ronald Reagan em 1984 e tem sido a política de todos os presidentes republicanos desde então, incluindo Donald Trump.
“Vamos dar uma olhada muito séria nisso”, disse Trump, sem se comprometer a restaurar a política.
Arroyo também pressionou Trump por detalhes adicionais sobre um plano que ele anunciou em agosto para impor uma regra na qual o governo ou os planos de saúde pagariam pela fertilização in vitro. A Igreja se opõe à fertilização in vitro porque ela separa a procriação do ato conjugal e destrói milhões de vidas embrionárias humanas.
Ao responder se apoiaria uma isenção religiosa para aqueles que se opõem à fertilização in vitro, Trump disse: "Isso não me foi perguntado, mas me parece uma boa ideia".
“É algo muito popular, mas certamente se há um problema religioso, acho que as pessoas deveriam aceitar isso”, disse o candidato presidencial republicano deste ano. “[Eu] realmente acho que eles deveriam ser capazes de fazer isso. Mas vamos analisar isso”.
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Trump disse que a liberdade religiosa é “uma posição que tomou desde o começo” e que “vai mantê-la”. Ele contrastou sua abordagem com a de sua oponente, ao dizer: “Eu realmente defendo tudo o que você defende e que a Igreja defende. E ela não defende. Ela é um tipo muito diferente de pessoa. Ela é marxista. O pai dela era marxista e ainda é marxista. E eles não são muito ligados à religião”.
“Sou totalmente a favor da religião e também gosto muito da Igreja Católica”, disse Trump, ao mesmo tempo em que disse estar confiante de que será o vencedor para os eleitores que aplicarem a medida do “mal menor” que o papa Francisco pediu no mês passado que os eleitores aplicassem em sua escolha nas eleições dos EUA.
Trump criticou Harris incisivamente por não comparecer ao jantar Al Smith, ao qual ambos os candidatos dos principais partidos compareceram nos anos de eleição presidencial por quase 40 anos. Ele disse que o evento "honra a Igreja Católica" e que ele é "um apoiador de longa data".
“Estou surpreso que ela não esteja aqui”, disse Trump. “Acho que ela é a primeira em muitas, muitas décadas, na verdade, a perder isso como candidata. Sempre foi uma tradição. Então, estou feliz apenas que os católicos vão votar em Trump agora. Mas veja, tenho um relacionamento especial com a Igreja Católica, e acho que foi muito importante estar aqui”.
Arroyo também perguntou sobre Trump frequentemente tocar “Ave Maria” em comícios e recentemente fazer publicações nas redes sociais em homenagem a Nossa Senhora e a são Miguel Arcanjo. O ex-presidente dos EUA disse que essas postagens não refletem uma jornada espiritual, mas que ele simplesmente as acha “muito bonitas”.
“É simplesmente lindo para mim”, disse Trump. “Quer dizer, eu olho para a coisa toda, as palavras e as imagens. As imagens são tão lindas”.
O voto dos católicos do país provavelmente será competitivo em novembro. Segundo uma pesquisa do Pew Research Center do mês passado, cerca de 52% dos católicos nos EUA apoiam Trump e 47% apoiam Harris.