“Eu amo o apostolado externo”, disse à ACI Digital o padre Jean Marcos Silvério, da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney. Ele passa a semana em Natividade (RJ) e, aos fins de semana, atende os fiéis que vão à missa no rito romano antigo em São Lourenço (MG) e Juiz de Fora (MG), com a devida autorização dos bispos locais. “Eu acho que cada um tem uma tendência, uma queda por algum tipo de apostolado. E o apostolado externo, eu acho muito interessante, porque é um apostolado em que você percebe a Igreja viva nas suas diferentes formas. Vamos lidar com outros sacerdotes, outros bispos, outras pessoas. Nós vamos poder conhecer e aprender outras coisas e também transmitir a nossa formação, que recebemos no nosso seminário, do nosso bispo”, acrescentou.

A Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney foi criada em 2002 pelo papa são João Paulo II como circunscrição eclesiástica de caráter pessoal no território da diocese de Campos (RJ) para a manutenção da liturgia anterior à reforma do Concílio Vaticano II, a disciplina e os costumes tradicionais.

A administração deriva da União Sacerdotal São João Maria Vianney, um grupo de padres que depois da promulgação do Missal de Paulo VI, em 1969, decidiu, sob a liderança do então bispo de Campos, dom Antônio de Castro Mayer, manter o rito romano antigo, como chamam a liturgia da missa tradicional. O atual bispo da administração apostólica é dom Fernando Arêas Rifan.

Além da atuação nas suas próprias paróquias no território da diocese de Campos, a administração apostólica faz o apostolado externo, que são padres que dão assistência a grupos fora do território da diocese de Campos, a pedido do bispo local. Atualmente, o apostolado externo acontece em: Nova Iguaçu (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Volta Redonda (RJ), Nova Friburgo (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Itaúna (MG), Divinópolis (MG), Barbacena (MG), Itaverava (MG), São Lourenço (MG), Juiz de Fora (MG)  e Vitória (ES).

“Os apostolados externos são realidades um pouco complexas porque têm várias origens”, disse à ACI Digital o padre Jorge Luiz Conceição, que está no apostolado externo em Belo Horizonte desde 2020. Segundo ele, além das diferentes origens, a prática de cada apostolado depende da “realidade local” em que é exercido.

O apostolado em Belo Horizonte é um dos mais antigos. Teve início quando a administração apostólica ainda não existia, nas décadas de 1970 e 1980. O padre Jorge contou que algumas famílias de Bom Jesus do Itabapoana (RJ) que participavam da missa no rito antigo se mudaram para a capital mineira e eram visitadas por um padre da união sacerdotal que costumava viajar até a cidade. Depois da criação da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, em 2002, a situação foi regularizada, nascendo então o apostolado externo que, desde 2016, tem um padre residente.

Missa do apostolado externo em Belo Horizonte. Arquivo pessoal
Missa do apostolado externo em Belo Horizonte. Arquivo pessoal

Hoje em dia, já possui uma estrutura e “tenta manter mais ou menos a vida paroquial que temos em nosso território, levando sempre em consideração a realidade que temos no lugar”, disse o padre Jorge.

Na capital mineira, a administração tem o oratório São José, “que é a capelinha da casa dos padres”, onde “só cabem 25 pessoas”. Por isso, a arquidiocese autorizou a celebração de “cerimônias maiores, missa dominical, as cerimônias de festas” na igreja Nossa Senhora do Líbano, no centro da cidade. Nesta igreja são celebradas missas em três ritos: o rito de Paulo VI, pois é a capela de um colégio, o rito romano antigo com o apostolado externo da administração apostólica e  rito maronita. “E todos se dão muito bem, graças a Deus”, disse o padre Jorge.

O sacerdote contou que a missa no domingo é às 8h, “mas antes da missa tem confissões, o terço, a ladainha; durante a missa tem confissões; depois da missa tem a bênção das crianças, tem o café em uma parte do colégio, a catequese por turmas (pré-eucaristia, primeira comunhão, três turmas de Cruzada Eucarística, duas turmas de Crisma) e a catequese popular, que agora estamos fazendo nas nossas paróquias 15 minutos antes da missa, na igreja mesmo, para todos”. Além disso, há as “associações piedosas”, como o Apostolado da Oração, a Cruzada Eucarística, a Congregação Maria e a Pia União das Filhas de Maria. “Então, tem um movimento forte de fiéis engajados, trabalhando”, disse.

Segundo o sacerdote, na missa principal de domingo, costumam distribuir “de 250 a 300 comunhões, então, tem mais pessoas presentes”. O padre Jorge contou que, “vendo nosso empenho e também o bom relacionamento com a cúria, com a arquidiocese”, o arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, “nos deu há pouco tempo a autorização para construir uma sede própria, com capela, casa dos padres”, o que está em projeto.

No sul de Minas, em São Lourenço, além das missas, o apostolado externo faz um trabalho social com as irmãs da Associação Jesus Crucificado e Santa Cecília, também da administração apostólica.

O padre Jean Marcos contou que esse apostolado “já existe há 23 anos”. Tudo começou em 2000, com o padre José Eduardo Pereira, sacerdote da administração apostólica, natural de Itajubá, também no sul de Minas. Na época, o padre e as religiosas tinham ido passear em São Lourenço e quiseram encontrar na cidade “uma casa de férias para as irmãs”, mas se depararam com a necessidade de atender as crianças pobres da região.

“Procurando um terreno, o dono disse: ‘não vou vender o terreno, vou dar, mas não para o senhor vir passear, mas trabalhar com as irmãs, porque as crianças aqui estão ao léu’. Então, começou o trabalho ali com as crianças pobres, como é até hoje. É um educandário que atende crianças pobres da rede pública com projetos de reforço escolar, música, balé, dança, projetos extracurriculares em que as crianças vão para lá e saem das rua”, disse. O então bispo da diocese da Campanha, dom Diamantino Prata de Carvalho, deu a autorização também para que o padre celebrasse as missas. O atual bispo, dom Pedro Cunha Cruz, assumiu a diocese em 2015 e permitiu que o trabalho, litúrgico e social, continuasse sendo feito.

O padre José Eduardo morreu em 2020 e, desde então, padre Jean tem a autorização diocesana para prosseguir com este trabalho. As missas são celebradas na igreja Nossa Senhora de Lourdes, em São Lourenço, nos primeiros e terceiros domingos do mês, às 10h.

Apostolado externo em São Lourenço (MG). Arquivo pessoal
Apostolado externo em São Lourenço (MG). Arquivo pessoal

O bispo da Campanha, dom Pedro Cunha Cruz, classificou o apostolado externo da administração apostólica em São Lourenço como “muito positivo, porque concede aos fiéis o direito que também a própria Igreja concede deles participarem dessa missa no rito extraordinário e a gente não nega esse direito aos fiéis, pelo contrário”. “Mas, está exatamente tudo sendo orientado e praticado de acordo com a orientação que a Igreja nos dá através do papa Francisco”, completou o bispo.

Para dom Pedro Cunha Cruz, o apostolado externo em São Lourenço “tem dois aspectos importantes”. O primeiro deles, disse, “é a parte da liturgia” com a missa no rito antigo; e o segundo é o trabalho social, “que é um elemento diferente de muitas outras dioceses” onde estão presentes.

“Agora está incluída também a parte da catequese, eles podem fazer a catequese, batizar, desde que seja em parceria com a paróquia Nossa Senhora de Fátima, de São Lourenço, que é a circunscrição paroquial onde eles estão atuando”, disse o bispo.

No caminho para São Lourenço, o padre Jean também faz o apostolado externo em Juiz de Fora (MG) e, segundo ele, é algo diferente, já que “é uma cidade maior e uma cidade universitária”. Então, disse, lá, “a maioria é de jovens universitários”, há “mais ou menos uns 90 a 100 jovens entre 17 a 29 anos”, que participam das missas nos primeiros e terceiros domingos do mês, às 18h, na igreja de São Vicente de Paulo, dos vicentinos.

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Dom Fernando Rifan no apostolado externo em Juiz de Fora (MG). Arquivo pessoal
Dom Fernando Rifan no apostolado externo em Juiz de Fora (MG). Arquivo pessoal

E o apostolado do padre Jean acaba se estendendo pela estrada. “É uma vida de Igreja em saída mesmo, porque nós acabamos evangelizando também as pessoas que estão nas paradas. Existe um lugar onde tomo cafezinho e as pessoas já sabem que eu sou padre, celebro a missa em latim, vou lá a São Lourenço ou a Juiz de Fora. Sabem o horário que eu vou passar, se querem conversar comigo. Os caminhoneiros às vezes param para conversar com o padre também”, contou.

O apostolado externo mais recente da administração apostólica é em Nova Friburgo (RJ), onde começou em abril deste ano, a convite do bispo diocesano, dom Luiz Antônio Lopes Ricci. Lá, é celebrada missa no rito antigo no primeiro e terceiro domingo do mês, às 17h, na capela São José.

São os padres da paróquia Nossa Senhora Aparecida, de São Fidélis (RJ), que atendem ao apostolado em Nova Friburgo. “Conseguimos celebrar a missa de manhã aqui em São Fidélis e depois do almoço fazemos a viagem para Friburgo, leva um pouco mais de duas horas para chegar lá”, disse à ACI Digital o padre João Bosco, vigário da paróquia Nossa Senhora Aparecida. “Chegamos por volta de 16h e ficamos disponíveis para atender confissão e, às 17h, a missa. Na medida do possível, uma breve catequese sobre a missa antes de o padre se paramentar”, disse.

Apostolado externo em Nova Friburgo (RJ). Arquivo pessoal
Apostolado externo em Nova Friburgo (RJ). Arquivo pessoal

Atualmente, contou o padre João Bosco, “já dá uma média de 60 pessoas na missa”. Mas, disse, “firmando o apostolado direitinho e tendo a disponibilidade de um padre para atender lá, o ideal seria se conseguíssemos passar a missa para a parte da manhã, porque as pessoas conseguem ir com mais facilidade, dá para fazer uma catequese maior, até para as crianças, uma coisa com mais calma”.

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O padre Jean Marcos ressaltou o quanto a demanda pelos apostolados externos da administração apostólica nas dioceses tem sido “muito grande”, às vezes, chega a ser maior do que se pode atender. “Acho interessante que muitos lugares pedem sacerdotes”, disse. “Eu me desdobro, acabo indo a vários lugares e viajo bastante”, completou.

Segundo ele, no final deste ano, serão ordenados novos padres para a administração apostólica que poderão ajudar nessa missão. “Mas, por enquanto, a demanda é muito grande e Deus vai nos dando graças para atender todos os lugares”, disse.

O bispo da Campanha destacou o crescimento de “muitos grupos dissidentes, radicais, fundamentalistas” e, disse, “para nós, o bispo tendo essa sensibilidade, de fato, ele reconhece que é melhor convidar um padre que esteja em comunhão com a Igreja para que possa atender esses fiéis” que querem participar da missa no rito antigo. “Temos que pensar muito no chamado sensus fidei, porque o sensus fidei, na verdade, os fiéis têm a boa vontade e querem. Então, qualquer padre que esteja celebrando nesse rito proposto, muitas vezes, o povo, na sua simplicidade, interpreta como se fosse uma missa mesmo de um padre que está em comunhão com a nossa Igreja e, na verdade, não está”.

“Isso sensibilizou muito os bispos no Brasil todo”, disse, ressaltando a importância da “presença da administração apostólica”, que tem “se desdobrado para atender as diversas demandas”.

“Estamos observando que os padres estão se empenhando para atender. E, exatamente, para responder a esses fiéis que querem manter a comunhão com a Igreja Católica, mas fazem a opção da participação na Santa Eucaristia nesse rito extraordinário, que é aquilo que faz parte do direito do fiel”, acrescentou.

Grupos tradicionalistas militantes

Segundo o padre Jorge Luiz, na região de Minas Gerais “há realidade de grupos com padres meio que autônomos, com certa resistência, sedevacantistas”. “Esse povo acaba meio que atrapalhando a gente, no sentido de que confunde muito a cabeça das pessoas, porque quem vai procurar a missa vai procurar a missa, mas encontra um padre que tem dificuldade com os outros, que é contra o papa”. O sacerdote disse que, quando essas pessoas vão ao apostolado da administração, “percebem a diferença e não querem mais voltar para esses grupos”.

“Sem falar que muita gente conhece a missa tridentina pelo que encontra na internet, onde a pessoa pode falar o que quiser, citar documentos que quiser, costurar um pensamento”, disse. Quando essas pessoas chegam a um apostolado externo, “se deparam com uma comunidade muito tranquila, muito natural, os padres que vivem em comunhão com o clero local, fiéis que vêm ao nosso oratório, por exemplo, mas quando não podem vão à sua paróquia local”.

O padre Jean cotou que, quando as pessoas chegam ao apostolado vindo de alguns grupos tradicionalistas militantes, elas “se aproximam com pouquinho de feridas e nós precisamos dar o bálsamo da caridade, da atenção, para que elas possam voltar ao caminho correto”.

“Agora eu compreendo aquela fala do papa Francisco de que a Igreja é um grande hospital de campanha, ou seja, a um hospital de campanha vão pessoas de tudo quanto é jeito, com várias doenças, sempre machucadas e procurando algum atendimento, alguma cura”, disse. Segundo ele, os apostolados externos são “abertos” e recebem “todo tipo de gente”. “E essas pessoas vêm com vários tipos de doenças, digamos assim, espírito de crítica, muitos vêm com escrúpulos, problemas espirituais” e, ao encontrar o apostolado, “acabam ficando e amando a Igreja, amando seu bispo, amando sua diocese, e percebem que o caminho que estavam era um caminho de tristeza, de incerteza, não seguro”. “A segurança está na Igreja”, completou.

O perfil das pessoas que procuram o apostolado externo

Embora sejam em realidades diferentes, uma característica costuma ser comum a muitos dos apostolados externos, a grande presença de jovens. “A grande maioria é de jovens, jovens casais, jovens famílias e jovens mesmo. Temos muitos jovens casais e que começam já a ter muitos filhos”, disse o padre Jorge sobre o apostolado em Belo Horizonte. O mesmo é observado por padre Jean em São Lourenço, onde há muitos “jovens, muitas famílias numerosas, muitas crianças”.

Padre Jorge no apostolado externo em Belo Horizonte (MG). Arquivo pessoal
Padre Jorge no apostolado externo em Belo Horizonte (MG). Arquivo pessoal

Em Nova Friburgo, o apostolado externo mais recente, “ainda não tem um perfil, porque ainda está se estruturando”. Mas, segundo o padre João Bosco, a missa é frequentada por “pessoas bem simples que moram ali perto” da capela, incluindo alguns idosos, mas também há um grupo de pessoas que já tinham “um convívio, um círculo de amizade e buscavam mais formação, estudo do catecismo e da doutrina, que já tinham esse perfil mais conservador”. Entre essas pessoas, há “estudantes, pessoas mais maduras casadas, muitos casais novos que vão buscando orientação”.

Além disso, outra característica comum aos apostolados é o fato de atrair pessoas de outras cidades.  Em Nova Friburgo, por exemplo, o padre João Bosco disse que há jovens de outras cidades que costumam ir à missa, mas, por causa do horário e do transporte, “não conseguem ir sempre” e, por isso, também frequentam as suas paróquias de origem normalmente.

Apostolado externo em Nova Friburgo (RJ). Arquivo pessoal
Apostolado externo em Nova Friburgo (RJ). Arquivo pessoal

Em Belo Horizonte, há pessoas de cidades vizinhas e de outras mais distantes que participam da missa no rito antigo. “Esse pessoal se programa, fazendo da missa dominical a sua programação da semana e vem a família toda, pai, mãe, um monte de crianças”, disse o padre Jorge.

Para os padres que fazem o apostolado externo, o que atrai essas pessoas para a missa no rito antigo é a “centralidade no sagrado, o silêncio, os cantos”. Tudo isso “ajuda o recolhimento, a paz na alma, que favorece essa intimidade com Deus nessa espiritualidade mais silenciosa, mais recolhida, além da sacralidade da missa que o rito antigo acaba favorecendo”, disse o padre João Bosco. “Creio que é por causa disso e por causa de uma doutrina que eles buscam e veem na gente certa confiança em questão da doutrina, de explicação do catecismo”, acrescentou.

O padre Jean ressaltou que essas pessoas “buscam talvez nem tanto pela beleza estética, mas pela profundidade”. “Se fosse só pela estética, seria algo superficial demais, mas buscam por causa da profundidade, do mistério, do amor à Eucaristia”, disse.

Os sacerdotes também destacaram que há diferenças entre as pessoas que procuram o apostolado externo e aquelas que frequentam as paróquias da administração apostólica no território da diocese de Campos. Para o padre Jean, trata-se de diferenças “não de caráter, mas de busca”. Enquanto os fiéis da administração apostólica “nascem nesse entorno” da missa no rito antigo e estão muito familiarizados com isso, as pessoas dos apostolados externos se interessam e buscam por esse rito e “muitas delas frequentam as duas missas, a atual e a no rito antigo”.

No apostolado externo, disse o padre João Bosco sobre Nova Friburgo, “eles se encantam bastante com a missa tradicional, se empolgam nesse primeiro momento e, porque eles ainda estão descobrindo as coisas da missa tradicional, são muito curiosos, perguntam bastante, tiram dúvidas, o que é muito bom”.

O padre Jorge Luiz, que desde 2020 está no apostolado externo em Belo Horizonte, disse ver uma diferença “em relação à adesão”. “As pessoas que estão no nosso território, a geração mais nova, é a geração que nasceu ali e sempre teve a missa tridentina, então, é algo muito natural. Eles estão se beneficiando de algo que a geração anterior teve que batalhar para ter. Então, é uma geração muito tranquila. Já o pessoal que mora fora de lá, pessoal que, digamos, tem que batalhar, por isso, dá muito valor ao que têm hoje – não é que o nosso povo não dê valor, mas nunca sentiram falta, porque nunca faltou o nosso rito lá”, disse.

Comunhão com a diocese local

Dom Pedro Cunha Cruz disse que um “fato interessante” do apostolado externo desenvolvido pela administração apostólica em São Lourenço é que, “além da missa no rito extraordinário, o padre também celebra na paróquia Nossa Senhora de Fátima a missa Paulo VI, justamente para não dar a ideia de que são missas distintas, duas igrejas distintas, mas mostrar que existe essa concessão para celebrar no rito extraordinário, mas eles também podem celebrar a missa Paulo VI”. “Existe uma diferença na parte da liturgia, com ritos diferentes em alguns aspectos, mas é a mesma Igreja. Isso que a gente quer mostrar um pouco, a unidade”, acrescentou.

O padre Jean, que faz o apostolado em São Lourenço, contou que mantém um bom relacionamento com o bispo e os padres locais e dá “um apoio para a diocese também”. “São atividades que podemos exercer sem problema nenhum, em unidade com a Igreja, que o bispo aprova. Acabamos atendendo confissões, pregando novenas e celebrando até em outras paróquias”, disse.

Em Belo Horizonte, o padre Jorge Luiz contou que participa das “assembleias do clero em geral, das reuniões regionais, reuniões de foranias” e é “ecônomo da forania” onde está situado o oratório. Ele destacou que a atuação do apostolado sempre procura fazer com que as pessoas que o frequentam “tenham noção de que nossos padres só estão aqui porque a arquidiocese permite e quer, e que eles são fiéis da arquidiocese entregues aos nossos cuidados”.