28 de out de 2024 às 15:04
O papa Francisco disse aos participantes do 16° capítulo geral dos missionários de São Carlos, fundado por são João Batista Scalabrini, que os migrantes “são professores de esperança”.
O papa agradeceu aos scalabrinianos por escolherem o mesmo lema do Jubileu 2025, Peregrinos da Esperança, para planejar suas ações evangélicas e pastorais, o que o levou a desenvolver uma reflexão referente aos migrantes, à pastoral e à caridade.
Ao referir-se aos migrantes, o papa Francisco falou sobre “sua tenacidade, muitas vezes sustentada pelo amor às famílias que deixam”, e valorizou o serviço dos scalabrinianos nessa área “através da dinâmica do encontro, do diálogo, da recepção de Cristo presente no estrangeiro”.
“A busca de futuro que anima o emigrante expressa, além disso, uma necessidade de salvação que une a todos, sem distinção de raça ou condição. Com efeito, a ‘itinerância’, corretamente compreendida e vivida, pode tornar-se, mesmo na dor, uma preciosa escola de fé e de humanidade, tanto para quem a frequenta como um paraíso para quem é assistido”, disse o papa.
Francisco disse que “a própria história da salvação é uma história de migrantes, de povos em movimento”.
Sobre a questão pastoral, o papa disse que a migração, apesar de ser um sinal de esperança, “se for vivida na solidão e no abandono, pode degenerar em dramas de descrédito existencial, crises de valores e de perspectivas, a ponto de levar à perda de fé e ao desespero”.
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As injustiças e a violência que às vezes sofrem aqueles que emigram de suas casas, “podem arrastar até os mais fortes para as trevas do desânimo ou da resignação sombria”, disse o papa Francisco.
Por isso, “é necessário alguém que se apoie nas suas feridas, cuidando da sua extrema vulnerabilidade física, espiritual e psicológica”, disse o papa, que apelou a “sólidas intervenções pastorais de proximidade a nível material, religioso e humano”.
Ao se referir à caridade, o papa Francisco falou sobre a necessidade de responder à tragédia que os migrantes vivem primeiro nos seus locais de origem e depois por causa “da mente fechada e da hostilidade dos países ricos, que eles veem naqueles que batem à porta uma ameaça para o seu próprio bem-estar”.
Isso produz uma perda de vidas humanas “diante do olhar indiferente de quem se limita a contemplar o espetáculo ou, pior ainda, a especular sobre a pele de quem sofre”.
A resposta a tudo isso é “uma caridade que coloque no centro a pessoa, os seus direitos, a sua dignidade” que supere “estereótipos exclusivos, para reconhecer no outro, quem quer que seja e de onde vier, um dom de Deus, único, sagrado, inviolável, precioso para o bem de todos”.
Por fim, o papa Francisco pediu aos scalabrinianos que o seu capítulo “se torne uma ocasião para aprofundar e renovar a sua vida e a sua missão, faça dele, sobretudo, um momento de humilde e alegre ação de graças, diante da Eucaristia, de Jesus crucificado e de Maria, Mãe dos migrantes, como ensinou São João Batista Scalabrini”.