O papa Francisco falou hoje (4) sobre o trabalho da Igreja em favor dos mais pobres e marginalizados em audiência no Vaticano com os participantes do III Encontro de Igrejas Hospital de Campanha, fundação dos “Mensageiros da Paz” na Espanha.

No início do seu discurso, o papa falou sobre três elementos essenciais: anunciar Cristo, reparar as desigualdades do tecido social e semear esperança.

Em primeiro lugar, o papa encorajou os presentes a continuar a ver em cada uma das pessoas vulneráveis ​​que acolhem “o rosto de Cristo”.

O papa Francisco convidou os presentes a denunciar com o seu apostolado a desigualdade, “por vezes tão grande, entre ricos e pobres”. Isso, segundo o papa, “não é o que Deus quer da humanidade e, na justiça, isso precisa ser resolvido”.

“É preciso restabelecer o tecido social reparando as desigualdades, ninguém pode ficar indiferente ao sofrimento dos outros”, disse Francisco.

Mais tarde, o papa Francisco disse ser necessário “semear esperança” em cada pessoa que acolhe, “seja porque são sem-abrigo, porque são refugiados, porque fazem parte de uma família em estado de vulnerabilidade, porque são vítimas de guerra ou por qualquer outro motivo que o torne marginalizado da sociedade”.

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Francisco também falou sobre a situação dos migrantes, uma realidade na Itália e na Espanha.

“Agradecemos que os imigrantes venham porque a faixa etária que temos é um pouco escandalosa. Acho que a idade média na Itália é de 46 anos. Eles não têm filhos. Sim, todo mundo tem cachorro ou gato, mas não tem filhos. E chegam os imigrantes e, de certa forma, são os filhos que não queremos ter”.

Embora esses nossos irmãos muitas vezes “vivam sobrecarregados por um panorama que poderia assemelhar-se a um beco sem saída, recorde-lhes que a esperança cristã é maior do que qualquer situação, porque tem o seu fundamento em Deus e não no homem. O que parece impossível para os homens não é impossível para Deus”, continuou Francisco.

O papa disse que “cuidar dos mais vulneráveis ​​é sempre um privilégio, porque deles é o Reino dos céus” e falou sobre a cultura do descarte dos idosos e das crianças exploradas.

“Cada vez que temos a oportunidade de nos aproximar deles e oferecer-lhes a nossa ajuda, é a oportunidade que temos de tocar a carne de Cristo, porque levar o Evangelho não é uma coisa abstrata, uma ideologia, que se reduz à doutrinação, mas sim Ela se materializa aí, no compromisso cristão com os mais necessitados; há verdadeira evangelização”.

Por fim, o papa lhes agradeceu pelo testemunho de vida cristã, ao pedir-lhes que continuem a espalhar “esperança, misericórdia e amor a outras pessoas, que, convencidas desta verdade, possam unir-se e colaborar no serviço aos mais pobres”.