5 de nov de 2024 às 12:04
A nova estrutura do Memorial Santa Dulce dos Pobres, em Salvador (BA), foi reaberto hoje (5), para visitação, depois de uma ampla requalificação. O local é dedicado à preservação da história e obra da primeira santa brasileira, santa Dulce dos Pobres, conhecida como o “Anjo Bom do Brasil”.
A nova estrutura do museu foi atualizada em sua expografia, modernização e ampliação da acessibilidade com rampas, elevadores, corrimões, monitores bilíngues e de libras para acolher diferentes perfis de público, como o infanto-juvenil, idosos e pessoas com deficiência.
Também foi criado neste novo espaço um corredor lúdico para as crianças, que narra a trajetória de santa Dulce através de brincadeiras e atividades recreativas. Outra novidade que o memorial traz é a criação de um local que retrata a devoção de santa Dulce a santo Antônio de Pádua, incluindo objetos, esculturas e relatos inusitados que testemunham essa veneração.
Segundo a superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Maria Rita Pontes, sobrinha de santa Dulce, esta nova estrutura no memorial garantirá uma imersão ainda mais completa na vida e obra da santa.
“Queremos que o visitante se sinta parte de uma das mais impressionantes histórias de amor à humanidade, e que, através dessa sensação de pertencimento, possa ser também um multiplicador do exemplo que ela nos deixou”, disse.
A museóloga Carla Silva, líder do memorial santa Dulce, disse que, “através de fotografias inéditas, elementos multimídia, obras de arte e outras linguagens, os visitantes poderão conhecer a história de santa Dulce e de suas obras sociais seguindo a cronologia dos fatos que vão do seu nascimento até a sua canonização”
O Memorial Santa Dulce dos Pobres foi fundado em 1993 e tem várias peças da santa brasileira que ajudam a preservar e a contar sua trajetória, como um hábito usado por ela, fotografias, documentos e objetos pessoais, o quarto de santa Dulce, onde está a cadeira em que ela dormiu por quase 30 anos.
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Outro destaque do museu é o novo roteiro de visitação, que iniciará no antigo galinheiro onde santa Dulce acolhia os primeiros doentes que a ela chegava, em 1949. Este episódio deu início à formação da OSID, instituição que abriga hoje um dos maiores complexos de saúde do Brasil com atendimento 100% gratuito, segundo o memorial.
O Memorial Santa Dulce dos Pobres funcionará de terça-feira a domingo, das 10h às 18h, com entrada gratuita até o final do ano. Ele fica na Avenida Dendezeiros do Bonfim, em Salvador, ao lado da sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).
Santa Dulce dos Pobres
Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a irmã Dulce dos Pobres, nasceu no dia 26 de maio de 1914, em Salvador. Aos 19 anos se formou professora e depois ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão (SE). Em 13 de agosto de 1933, aos 20 anos, fez sua profissão religiosa, adotando o nome de irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.
Em 1934, voltou à Bahia e iniciou um trabalho de assistência à comunidade pobre de Alagados e Itapagipe. Em 1949, fundou um albergue improvisado em um galinheiro ao lado do convento Santo Antônio, em Salvador. Depois, esse lugar se tornou o hospital Santo Antônio e atualmente se chama Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), maior ONG de saúde no Norte e Nordeste e a nona maior do Brasil. Em 17 de janeiro de 1984, fundou a Associação Filhas de Maria Servas dos Pobres. Em 1988, foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz.
Irmã Dulce morreu no dia 13 de março de 1992, aos 77 anos, e foi canonizada no dia 13 de outubro de 2019, pelo papa Francisco, tornando-se a primeira santa brasileira.