O papa Francisco disse hoje (6) na audiência geral no Vaticano que “Deus é maior do que o nosso pecado” e sempre perdoa. Por isso, aos que têm medo pelas coisas que fizeram, não encontram paz ou temem ser repreendidos por Deus, ele os aconselhou a rezar e invocar o Espírito Santo.

“Ponde-vos em oração, invocai o Espírito Santo e Ele ensinar-vos-á a pedir perdão. E quereis saber? Deus não conhece muito a gramática e, quando pedimos perdão, não nos deixa acabar! ‘Per…’ e ali, não nos deixa acabar a palavra perdão. Perdoa-nos antes, está sempre ao nosso lado para nos perdoar, antes que terminemos a palavra ‘perdão’. Digamos ‘per…’ e o Pai perdoa-nos sempre”, disse Francisco.

Ao falar aos fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa disse que o Espírito Santo se revela como um “Paráclito”, ou seja, “Ele não nos acusa perante o Pai, mas defende-nos”.

“Sim, defende-nos, convence-nos de que somos pecadores, mas fá-lo para nos levar a saborear a alegria da misericórdia do Pai, não para nos destruir com estéreis sentimentos de culpa”, disse Francisco.

Rezar como filhos de Deus, não como escravos

O papa dedicou a sua catequese à reflexão sobre a ação santificadora do Espírito Santo, que “é sujeito e ao mesmo tempo objeto da oração cristã”. Ou seja, “é Ele que concede a oração e é Ele que é concedido pela oração”.

“Rezamos para receber o Espírito Santo, e recebemos o Espírito Santo para poder rezar verdadeiramente, isto é, como filhos de Deus, não como escravos”, disse o papa.

Francisco disse que o Pai “dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem”.

“E isto dá-nos coragem e podemos ir em frente”, disse o papa.

Francisco disse que “deve-se rezar sempre com liberdade” e não por obrigação, pensando que "caso contrário, vou para o inferno”.

“Rezamos quando o Espírito nos ajuda a rezar. Rezamos quando sentimos no coração a necessidade de rezar; e quando não sentimos nada, paremos e perguntemo-nos: porque não tenho vontade de rezar, o que acontece na minha vida? A espontaneidade na oração é o que sempre mais nos ajuda. Isto significa rezar como filhos, não como escravos”.

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Francisco disse que o “único ‘poder’” que temos sobre o Espírito Santo é o poder da oração: “O poder da oração: não resiste à oração. Rezamos e vem”.

Rezar não é falar ao telefone com Deus

“Mas há também outro aspecto, que é o mais importante e encorajador para nós: o Espírito Santo é Aquele que nos concede a verdadeira oração”. O papa disse que “não sabemos rezar” e que “devemos aprender todos os dias”.

O motivo dessa debilidade da nossa oração, disse Francisco, manifestava-se no passado com uma única palavra, usada de três maneiras diferentes: como adjetivo, substantivo e advérbio.

“É fácil recordar, até para quem não sabe latim, e vale a pena tê-la em mente, pois contém por si só um tratado inteiro. Nós, seres humanos, dizia um ditado, “mali, mala, male petimus”, ou seja, sendo maus (mali), pedimos coisas erradas (mala) e de forma errada (male)”.

Francisco disse que o Espírito Santo vem “em socorro da nossa debilidade, mas ainda faz algo muito mais importante: atesta-nos que somos filhos de Deus, colocando nos nossos lábios o brado: ‘Pai!’”.

“Não podemos dizer “Pai, Abbá”, sem a força do Espírito Santo. Na oração cristã não é o homem de um lado do telefone que fala com Deus do outro lado, mas é Deus que reza em nós! Oramos a Deus através de Deus. Rezar é colocar-se dentro de Deus e fazer com que Deus entre em nós”.

“Rezai com o coração, não com os lábios, não sejais como os papagaios”

O papa disse que “o Espírito Santo intercede por nós e ensina-nos também a interceder, por nossa vez, pelos irmãos”.

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“Esta oração é particularmente agradável a Deus, porque é a mais gratuita e desinteressada. Quando cada um reza por todos, acontece - dizia santo Ambrósio - que todos rezam por cada um; a oração multiplica-se. A oração é assim”, disse Francisco.

Por fim, tendo em vista o próximo jubileu, o papa Francisco convidou os fiéis a rezar com o coração: “Rezai com o coração, não com os lábios, não sejais como os papagaios”, concluiu o papa.