Uma gangue armada saqueou e incendiou, em uma escalada de violência, um convento das Missionárias da Caridade no Haiti, fundado pela própria madre Teresa em 1979.

Segundo a agência de notícias católica Zenit, o ataque devastador aconteceu na noite de 26 de outubro. O grupo de agressores foi liderado por um dos líderes de gangues mais infames do Haiti — o ex-policial Jimmy Chérizier, conhecido como “Barbeque”.

Chérizier lidera as Forças Revolucionárias da Família G9 e Aliados, uma coalizão de nove gangues sediadas na capital do país, Porto Príncipe. Ele tem sido um agitador principal nos esforços para derrubar o que restou do governo do Haiti.

Chérizier e seus homens saquearam o convento e seu dispensário de auxílio adjacente antes de incendiar a propriedade. Nenhuma das freiras ficou ferida, pois a polícia pediu que elas desocupassem a propriedade um mês antes do ataque, segundo um relatório da Santa Sé.

As Missionárias da Caridade têm dado assistência médica gratuita a membros vulneráveis ​​da comunidade local desde sua criação, atendendo cerca de 1,5 mil pacientes internados e 30 mil pacientes ambulatoriais por ano, segundo o relatório.

“Itens roubados agora são vendidos abertamente no mercado perto da escola San José”, disse à Zenit a irmã Paësie, fundadora da Família Kizito, uma comunidade religiosa na maior favela de Porto Príncipe.

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Ataques a freiras em Porto Príncipe têm ocorrido com frequência. No começo deste ano, seis freiras da Congregação das Irmãs de Sant’Ana foram sequestradas por membros de gangues.

O caos generalizado e a violência das gangues têm se espalhado por todo o país desde que um grupo de mercenários, em sua maioria estrangeiros, matou o presidente Jovenel Moïse em julho de 2021.

Moïse se recusou a deixar o cargo depois do término de seu mandato em fevereiro de 2021 e enfrentou apelos de partidos da oposição para renunciar por conta de sua suposta corrupção e incompetência. O então primeiro-ministro Ariel Henry assumiu o cargo, o que provocou mais agressões.

Chérizier ameaçou causar uma guerra civil se Henry não renunciar.

“A situação em Porto Príncipe é inaceitável, intolerável e inconcebível”, disse o padre Baudelaire Martial, da Congregação da Santa Cruz, à CNA, agência em inglês da EWTN News, em agosto. “Vivemos em condições muito precárias”, completou.