O papa Francisco disse hoje (7) em audiência, no Vaticano, com militares do Corpo de Transportes e Materiais do Exército Italiano, no âmbito do 70° aniversário da proclamação de são Cristóvão como seu padroeiro, que “não há profissão nem estado de vida que não precise estar ancorado em valores profundos e que não requer proteção divina”.

O papa disse que quanto mais a profissão envolve a possibilidade de salvar vidas ou perdê-las, de dar apoio, ajuda e proteção, “mais é necessário manter um elevado código ético e uma inspiração que seja nutrida do alto".

Para Francisco, o fato de os militares terem um padroeiro martirizado que deu a vida por Cristo significa também “comprometer-se, no serviço da Pátria, a agir com um estilo que coloque no topo a dignidade de cada pessoa humana, imagem do Criador”.

Um estilo, disse o papa, “que se distingue pela defesa dos mais fracos e daqueles que estão em perigo, seja por guerras, desastres naturais ou pandemias”.

Francisco disse aos militares que o seu trabalho exige “implorar do Céu aquele suplemento de Graça, essencial para cumprir da melhor forma as missões que se empreendem”. Significa “reconhecer que não somos onipotentes, que nem tudo está em nossas mãos e que precisamos da bênção divina”.

“Vocês sabem bem: tornam-se extraordinários quando são chamados a intervir em operações de manutenção da paz ou a enfrentar as consequências de catástrofes naturais, ao fazer tarefas de proteção civil e atividades logísticas essenciais”, disse o papa.

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Francisco disse que os militares têm apoiado os cidadãos em vários momentos de emergência “como terremotos, inundações, pandemias” e missões de paz.

Isso, segundo o papa, implica “colocar-se à disposição do bem comum, sem poupar energias e esforços, sem recuar diante dos perigos para cumprir a própria missão, o que muitas vezes resulta na salvação de vidas humanas e pode envolver o sacrifício da própria segurança".

Ao falar sobre o padroeiro dos militares, o papa disse que “Cristóvão” significa “aquele que carrega Cristo”. Por isso, Francisco disse que quando se comprometem diariamente a ajudar a população, “sem saber, carregam em certo sentido o estilo de Cristo, que veio para servir e não para ser servido, e que passou por esta Terra fazendo o bem e curando a todos”.

Por fim, Francisco pediu a intercessão de são Cristóvão para “mantê-los sempre nestes bons propósitos”, e concluiu com a “oração do motorista”:

“Deus todo-poderoso e eterno, protege e abençoa o serviço que prestamos aos nossos irmãos e dá-nos a capacidade de também usar nossos meios para ajudar e salvar os necessitados”.