8 de nov de 2024 às 10:02
O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, e outros líderes da Santa Sé disseram desejar sucesso ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, depois de sua vitória eleitoral esta semana, ao transmitir sua esperança de uma liderança sábia em assuntos nacionais e internacionais.
“Desejamos a ele grande sabedoria, porque essa é a principal virtude dos governantes segundo a Bíblia”, disse Parolin em um evento em Roma, Itália.
“Acredito que, acima de tudo, ele tem que trabalhar para ser o presidente de todo o país e assim superar a polarização que ocorreu, que pode ser sentida muito, muito claramente neste momento”, disse o cardeal.
Trump obteve uma vitória decisiva sobre a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, na eleição presidencial na terça-feira (5), ao superar os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral dos EUA para retornar à Casa Branca para um segundo mandato.
Chamado para ser um pacificador
Além de trabalhar pela unidade entre as pessoas nos EUA, Parolin também expressou sua esperança de que Trump “seja um elemento de distensão e pacificação nos conflitos atuais que estão sangrando o mundo”.
“Vamos torcer, vamos torcer. Acredito que nem ele tenha uma varinha mágica”, disse Parolin.
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“Para acabar com as guerras, é preciso muita humildade, é preciso muita disposição. É realmente necessário buscar os interesses gerais da humanidade em vez de se concentrar em interesses particulares”, disse o cardeal.
Embora o papa Francisco e Donald Trump não tenham chegado a um acordo sobre questões como migrantes ou meio ambiente, o subsecretário do dicastério para a Cultura e Educação da Santa Sé, o padre jesuíta Antonio Spadaro, disse a jornalistas italianos na quarta-feira (6) que a Santa Sé pretende "buscar o diálogo" com o líder dos EUA.
“Os católicos não têm afiliações partidárias homogêneas ou convicções políticas nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar”, disse o padre. “Eles mantiveram a bússola de valores firme, mas sem tomar partido, precisamente para evitar uma mistura espúria de religião com política”.
“A perspectiva da Santa Sé é sempre ampla, internacional, reconhecendo que os Estados Unidos têm um papel importante para evitar que os conflitos atualmente em andamento no mundo, da martirizada Ucrânia à martirizada Palestina, não piorem. É necessário encontrar soluções”.
Depois da eleição de Trump, as especulações sobre suas medidas de política externa voltaram a ser o centro das atenções da mídia, com atenção especial à promessa de acabar com a guerra na Ucrânia, que começou quando a Rússia invadiu o país em 24 de fevereiro de 2022.
Ao se preparar para as eleições, Trump disse várias vezes que acabaria com o conflito em “24 horas”.