14 de nov de 2024 às 12:48
Um bispo dos EUA pediu ontem (13) à Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB, na sigla em inglês) que ajude a reviver a abstinência de carne às sextas-feiras como uma forma de comemorar o próximo décimo aniversário da encíclica Laudato Si' , sobre o meio ambiente, publicada pelo papa Francisco em 2015.
O arcebispo metropolitano da arquieparquia católica ucraniana da Filadélfia, Pensilvânia, dom Borys Gudziak, presidente do comitê de Justiça Doméstica e Desenvolvimento Humano da USCCB, comitê encarregado de promover a doutrina social da Igreja, falou ontem (13) sobre isso na reunião anual de outono da USCCB em Baltimore, no Estado de Maryland.
Em 1966, a USCCB (então chamada de Conferência Nacional de Bispos Católicos) removeu a obrigação dos fiéis de se absterem de carne nas sextas-feiras, exceto na Quaresma. A tradição de jejuar nas sextas-feiras tem origem na Igreja primitiva, mas foi codificada na lei canônica em 1917.
“Poderíamos renovar a tradição da abstinência de carne na sexta-feira”, disse dom Gudziak. “Um retorno à abstinência de sexta-feira seria bom para a alma e para o planeta, talvez para outra coisa, ao unir nossa devoção ao Senhor e reverência pela criação do Senhor”.
O arcebispo disse que, em 2011, a Conferência Episcopal da Inglaterra e de Gales (CBCEW, na sigla em inglês) introduziram a prática pré-concílio Vaticano II, inspirada por uma visita pastoral à Inglaterra do papa Bento XVI, que dom Gudziak disse ser conhecido como o “papa verde” por sua ênfase na importância de cuidar da criação.
Reintroduzir o jejum às sextas-feiras também aproximaria a Igreja Católica Romana de seus irmãos orientais, disse o arcebispo.
“Além disso, o jejum pode ser uma oportunidade para o engajamento sinodal, explorando práticas antigas no rito latino, como os dias de Têmporas ou os jejuns do Advento, e outras ricas práticas cristãs orientais entre católicos e outros”, disse dom Gudziak.
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Além do jejum, dom Gudziak sugeriu que os católicos honrassem o sábado e recorressem ao sacramento da eucaristia.
“Em um mundo de trabalho e estímulo constantes, com fotos, telas e gadgets sempre presentes, em essência, nosso mundo não descansa e tem dificuldade com o lazer. Talvez, providencialmente, 2025 memorialize não apenas a Laudato Si' , mas também o jubileu, um ano especial enraizado no descanso do Sabbath”, disse o arcebispo.
“Nosso mundo hiperativo anseia pelo Sabbath, que é expresso na Eucaristia dominical quando o Senhor faz todas as coisas novas”, disse dom Guziak. “Sobre esse tema, eu sugeriria esforços centrados na contemplação da criação, lazer e celebração. Isso poderia levar a uma peregrinação a um santuário local significativo, basílica ou sítio ecológico em sua diocese ou eparquia que evoque a maravilha da criação de Deus”.
O arcebispo sugeriu que a USCCB considere celebrar uma missa especial para o cuidado da criação na festa de são Francisco ou “pregar sobre a união da criação e do divino na Eucaristia”.
“Para ser verdadeiramente repousante, tal iniciativa deve ser orientada para os sacramentos e transbordar de celebração e alegria”, disse dom Gudzyak. “O objetivo desta sugestão não é fazer algo, mas experimentar algo, o mistério da presença de Deus nos sacramentos e na criação”.