O papa Francisco pediu aos padres e religiosos de Roma que abram todas os imóveis vagos em Roma para moradores de rua e as pessoas que correm risco de ficarem sem moradia nesse período em que as temperaturas na cidade caem com a chegada do inverno e o Ano Jubilar 2025 se aproxima.

Ao falar sobre os problemas de moradia que podem ser causados por um grande fluxo de peregrinos esperados para o Ano Jubilar 2025, o papa pediu “um gesto corajoso de amor” em carta publicada na última quinta-feira (15).

“Quero que todas as realidades diocesanas que possuem imóveis ofereçam sua contribuição para conter a emergência habitacional, com sinais de caridade e solidariedade para gerar esperança nas milhares de pessoas da cidade de Roma que se encontram em condição de precariedade habitacional”, disse Francisco.

O papa pediu a todas as realidades da Igreja, incluindo movimentos, ordens religiosas e dioceses, que ofereçam quaisquer apartamentos ou casas de hóspedes vagos para aqueles que possam precisar deles.

Francisco falou sobre o tema da esperança do ano jubilar, que, segundo o papa, “vem do amor e de se sentir amado”, e disse que a doutrina social da Igreja deixa claro o direito de todos à terra, a um lar e ao trabalho.

“Em vista do jubileu, pedi à minha diocese que desse um sinal tangível de atenção às questões de moradia para que, junto com a acolhida dada a todos os peregrinos que virão, sejam ativadas formas de proteção para aqueles que não têm casa ou que correm o risco de perdê-la”, disse Francisco.

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O jubileu, ou ano santo, que será inaugurado formalmente em 24 de dezembro, na véspera de Natal, teve impacto no número cada vez maior de aluguéis turísticos e de curta temporada em Roma, levando a uma escassez de moradias para os moradores da cidade, segundo especialistas.

Segundo algumas estimativas, desde 2018, o número de aluguéis de apartamentos de curto prazo, como Airbnb, cresceu de 17 mil para 30 mil.

“O mercado imobiliário de Roma está passando por um período de pressão crescente devido à escassez de moradias residenciais e ao aumento dos aluguéis turísticos”, disse Silvia Dri, especialista em imóveis de Roma, ao jornal financeiro italiano Milano Finanza no mês passado.

“Essa situação cria dificuldades para as famílias e os estudantes, que se veem obrigados a buscar soluções cada vez mais distantes do centro ou a partilhar espaços de habitação”, disse ela.

No mês passado, o papa Francisco reconfigurou as prefeituras da diocese de Roma devido ao êxodo de moradores do centro histórico.

O grande fluxo de turistas também teve impacto nas necessidades pastorais da área, que agora tem apenas 35 paróquias, muitas com poucos paroquianos, escreveu Francisco.