A Esperança Nunca Desilude: Peregrinos para um Mundo Melhor é, em tradução livre, o título do novo livro do papa Francisco, escrito para o Jubileu da Esperança 2025.

O livro editado pelo vaticanista Hernán Reyes Alcaide será publicado amanhã (19) na Itália, na Espanha e na América Latina pelas Ediciones Piemme. Na obra, o papa fala sobre temas como a família, as migrações, a crise climática, as novas tecnologias e a paz

Num trecho do texto, publicado antecipadamente pelo jornal italiano La Stampa, Francisco diz ser “absolutamente necessário abordar as causas que provocam a migração nos países de origem”.

Assim, o papa diz que nenhum país pode “enfrentar esse desafio isoladamente” ou com “políticas restritivas motivadas pelo medo ou por interesses eleitorais”.

Ao citar a guerra na Ucrânia, o papa elogia o acolhimento de refugiados na Europa. O papa fala sobre a situação de confronto entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas em Gaza, e diz que alguns especialistas descrevem o que aconteceu como “um genocídio” e pedem que essa questão seja investigada.

Francisco fala também sobre a África, ao denunciar o “colonialismo econômico” e pedir aos governantes para “exerçam uma boa política” e ajam de forma “transparente, honesta, voltada para o futuro e ao serviço de todos”, especialmente dos mais vulneráveis.

O papa Francisco fala também sobre a importância de promover uma migração “bem gerida”, o que poderia ajudar a resolver “a grave crise causada pelas baixas taxas de natalidade”, especialmente na Europa, desde que seja garantido o desenvolvimento integral dos migrantes e eles deixem de ser considerados “cidadãos de segunda classe”.

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O papa diz depositar a sua esperança no diálogo entre gerações para promover o cuidado da “casa comum”, e elogia as iniciativas realizadas pelos jovens para alcançar “um mundo mais justo e amigo do ambiente”.

Francisco diz também que “quem não conhece a sua própria história está condenado a repeti-la”, ao citar a “terceira guerra mundial fragmentada” cujo epicentro é a Europa.

No texto divulgado pelo jornal italiano, o papa diz também que “a esperança tem sempre um rosto humano” e que o Jubileu 2025 será o primeiro que será marcado pelas novas tecnologias e vai acontecer “no meio de uma emergência climática como a que vivemos atualmente”.

Francisco pede, portanto, que sejam adotados estilos de vida sustentáveis, ao refletir sobre o impacto ético das tecnologias e à resposta ao “grito da Terra”.

O papa Francisco conclui esse trecho de seu livro com um convite a sermos “peregrinos da esperança” e diz que “o caminho do peregrino não é um acontecimento individual, mas um acontecimento comunitário; marca a marca de um dinamismo crescente que tende cada vez mais para a cruz, que nos dá sempre a certeza da presença e a segurança da esperança”.

Por fim, o papa diz que a esperança deve ser “a âncora e a vela” que guiam para um futuro “mais fraterno do que aquele com que sonhamos, onde a dignidade do ser humano prevaleça sobre todas as divisões e esteja em harmonia com a Mãe Terra”.