19 de nov de 2024 às 13:42
O arcebispo de Santa Maria (RS), dom Leomar Antônio Brustolin tomou algumas decisões referentes ao Jubileu 2025 em sua arquidiocese. “A mais contundente”, segundo sua nota publicada dia 16 de novembro, “será a postura” de toda a arquidiocese “neste Ano Santo em não promover ‘reuniões dançantes’ nas festas dos padroeiros das comunidades, bem como a não comercialização de bebidas alcoólicas em todos os eventos da Igreja Católica”.
Segundo o arcebispo, a Bula do Jubileu da Esperança, Spes non confundit diz que, “em cada celebração jubilar, muitas iniciativas que mostrem sinais de esperança, inclusive as já realizadas, serão promovidas e estimuladas” e por isso, a arquidiocese tomou essa decisão para mostrar “que uma nova forma de celebração e valorização da vida é possível e, de modo algum, inclui práticas que destruam a família e a dignidade humana”. Ele também ressaltou que “o Ano Santo é um tempo de graças especiais para todo o povo” e “que ninguém se sinta excluído de participar, antes, está vivamente convidado!”.
Com isso, dom Leomar Brustolin sugeriu que “cada paróquia deverá preparar os seus peregrinos, organizando abundantes celebrações penitenciais e fomentando sobremaneira a formação discipular, a saber, grupos de cristãos que se reúnem para ouvir e partilhar a Palavra de Deus em seus ambientes e com seus pares”.
“Esta, por sua vez, será a grande meta deste Jubileu em nossa arquidiocese, formar pequenas comunidades que possam cultivar a verdadeira fé da igreja católica, ouvindo a Palavra de Deus, orientados pelo ensinamento dos apóstolos e seus legítimos sucessores, unidos em um só coração, fortalecidos pela comunhão fraterna e pela vida de oração, como aponta At 2,42”, destacou o arcebispo.
Nenhuma igreja vai ter baile
Dom Leomar Brustolin havia declarado no dia 20 de outubro, durante uma missa da trezena móvel da Medianeira na paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Restinga Sêca que “o ano jubilar, em nenhuma capela, em nenhuma igreja vai ter baile” e que “foi decisão do conselho e claro que o bispo assinou”. Ele enfatizou ainda: “o pessoal tá andando errado, eu vou deixar eles fazerem o que querem?! Não!”.
“Faz-se uma festa, vem 50 pessoas para a missa, 150 para o almoço e 300 para o baile. E a minha pergunta: a igreja existe para baile? E vão falar sério, os que mais vem a terceira idade os idosos. Com umas músicas bagaceiras, que eu morro de vergonha, não, não é?! Por aí fazem festa domingo à tarde, dá briga vai parar na delegacia e o delegado veio falar para mim: mas bispo, a igreja católica fazendo baile, vendendo cerveja? Tudo bêbado lá brigando, se soqueando. O senhor não tem vergonha bispo? Vergonha eu tenho, mas eu aguento. É os filhos que eu tenho. Você acha que isso aí lhe vai dar mais dinheiro do que trazer famílias e crianças? Nós somos para valorizar a família, não a bagunça, a sem vergonhice, não há violência”, disse o arcebispo na época.
Depois que este vídeo repercutiu nas redes sociais, o clero da arquidiocese de Santa Maria aprovou no dia 6 de novembro uma nota de apoio a dom Brustolin, no qual ressaltou que “essa decisão é de toda a arquidiocese de Santa Maria” e que o “arcebispo dom Leomar não tomou uma decisão autoritária”.
“Mas, que se trata verdadeiramente de uma expressão clara de uma fé madura e comprometida com os valores do Evangelho que pregamos em todas as celebrações de nossas comunidades. Entendemos que esta medida visa preservar a sacralidade e o verdadeiro espírito de comunhão das celebrações religiosas, evitando que práticas sociais possam comprometer o foco espiritual e o testemunho de fé que essas ocasiões representam”, frisaram.
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Preparações para o Jubileu 2025
O início do Jubileu 2025 em Santa Maria será no dia 29 de dezembro deste ano, com uma missa às 16h, na catedral de Santa Maria. Antes da celebração haverá uma peregrinação às 15h, da paróquia do Bom Fim até a catedral. “Todas as paróquias deverão ter representantes nessa celebração inaugural, manifestando a comunhão e a sinodalidade de nossa Igreja local”, ressaltou dom Brustolin em seu comunicado.
O arcebispo também informou que “ao longo de 2025”, acontecerá várias “iniciativas do Jubileu” na arquidiocese, “propostas na Bula papal, envolvendo as paróquias, comunidades religiosas, pastorais e outras organizações e expressões da vida eclesial e social” e ressaltou que “a pregação, a celebração da misericórdia de Deus, do perdão e da reconciliação serão eventos centrais da celebração deste Jubileu de 2025”.
Sinais visíveis do jubileu
Dom Leomar ainda destacou alguns sinais visíveis do Jubileu 2025: “a peregrinação, a confissão, a celebração Eucarística, a profissão de fé e a indulgência” e a estes sinais, somam-se “alguns símbolos que lembrarão a todos os fiéis que estamos em Ano Jubilar: a cruz arquiepiscopal, em destaque na basílica e na catedral e a vela com a “chama vida da esperança”, que será distribuída a todas as paróquias do dia da abertura do Jubileu”, disse o arcebispo.
Igrejas jubilares
A arquidiocese de Santa Maria terá duas igrejas jubilares: a catedral de Santa Maria, Nossa Senhora Imaculada Conceição e o santuário basílica Nossa Senhora Medianeira. Estas igrejas, segundo o arcebispo, terão “ao longo do Ano Jubilar”: “as peregrinações, as confissões, as celebrações Eucarísticas e a indulgência plenária do Jubileu” que serão “celebradas com todo o zelo e a devoção exigidos para a aquisição dos bens jubilares”.
“Desejamos ardentemente que este Jubileu seja verdadeiramente um “ano da graça do Senhor” e um despertar de todos os cristãos para o verdadeiro seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, que a 2025 anos, encarnou-se por nós homens e para nossa salvação, habitou entre nós proclamando a nova evangelização aos pobres, a libertação aos presos, a recuperação da vista aos cegos e a liberdade aos oprimidos”, rogou dom Leomar Brustolin.