21 de nov de 2024 às 10:57
O papa Francisco disse que os leigos não são “tropas auxiliares” do clero, ao falar na audiência geral de ontem (20) sobre os carismas, dons concedidos pelo Espírito Santo que ajudam a valorizar o papel dos leigos da Igreja.
No início de sua catequese na praça de São Pedro, no Vaticano, o papa citou dois elementos para falar sobre a ação carismática do Espírito Santo.
“Primeiro, o carisma é o dom oferecido ‘para o bem comum’ (cf 1 Cor 12, 7)”, disse Francisco, pois “não se destina principal e habitualmente à santificação da pessoa, mas ao serviço da comunidade (cf 1 Pd 4, 10)”.
Depois, o papa disse que o carisma é concedido “a um”, ou “a alguns” em particular, “não a todos do mesmo modo, e é isto que o distingue da graça salvífica, das virtudes teologais e dos sacramentos que, ao contrário, são iguais e comuns a todos”.
O carisma, disse o papa Francisco, “é concedido a uma pessoa ou a uma comunidade específica”.
Francisco falou sobre os carismas como as “joias” ou ornamentos “que o Espírito Santo distribui para tornar bela a Esposa de Cristo”.
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Depois, o papa disse que “devemos redescobrir os carismas, porque isto faz com que a promoção dos leigos e em particular das mulheres seja entendida não apenas como dado institucional e sociológico, mas na sua dimensão bíblica e espiritual”.
Assim, Francisco disse que “os leigos não são os últimos” nem são “uma espécie de colaboradores externos, nem ‘tropas auxiliares’ do clero”, mas “têm carismas e dons próprios, com os quais podem contribuir para a missão da Igreja”.
O papa disse ser necessário “dissipar imediatamente um equívoco”: o de identificar os carismas com dons e capacidades espetaculares e extraordinários.
“Ao contrário, são dons ordinários - cada um de nós tem o seu carisma - que adquirem valor extraordinário quando se inspiram no Espírito Santo e se encarnam nas situações da vida com amor”, disse o papa Francisco.
Francisco disse também que “não há cristãos de segunda classe”, pois “cada um tem o seu carisma pessoal e até comunitário”.
Por fim, o papa disse que “os carismas de cada um, postos ao serviço de todos, multiplicam-se pela caridade” e a caridade “faz do carisma de um, o carisma de todos”.