A Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) decidiu, em sua Assembleia Geral que aconteceu nos dias 18 e 19 de novembro, em Fátima, ampliar até 31 de março de 2025 o prazo para que vítimas de abusos na Igreja em Portugal possam fazer o pedido para compensação financeira. O prazo se encerraria em 31 de dezembro.

“A Assembleia Geral da CIRP refletiu sobre o processo de atribuição de compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais que está em curso no seio da Igreja Católica em Portugal e, em comunhão com a Conferência Episcopal Portuguesa, acolheu a promulgação da adenda com algumas clarificações ao Regulamento publicado e o alargamento do prazo de apresentação dos pedidos até 31 de março de 2025”, diz comunicado da CIRP.

Em abril deste ano, a CEP e a CIRP aprovaram a atribuição de compensação financeira a vítimas de abusos sexuais contra crianças e vulneráveis na Igreja em Portugal. A apresentação formal dos pedidos teve início em 1 de junho e, inicialmente, terminaria em 31 de dezembro.

Mas, na 210ª Assembleia Plenária da CEP, que aconteceu de 11 a 14 de novembro, em Fátima, a conferência decidiu ampliar o prazo até 31 de março de 2025. Na ocasião, a CEP também aprovou “uma adenda com algumas clarificações ao processo em curso”, especificando que a ampliação do prazo para pedidos de compensação financeira “não atrasa o andamento dos processos, pois estes já estão sendo tratados”.

No comunicado publicado depois de sua assembleia geral, a CIRP manifestou “total proximidade para com todas as vítimas e o seu profundo sofrimento” e garantiu que “serão acolhidos todos os pedidos que sejam feitos após o término deste período”.

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Abusos na Igreja em Portugal

Em fevereiro de 2023, foi divulgado o relatório final da Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal. Segundo o documento, de 1950 a 2022, há pelo menos 4.815 vítimas no país.

Depois da divulgação do relatório, a CEP criou o Grupo VITA, um grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal.

A Conferência dos Institutos Religiosos agradeceu “o trabalho competente que tem vindo a ser desenvolvido pelo Grupo VITA, quer no acolhimento às vítimas e seu acompanhamento, quer na formação e capacitação das mais diversas estruturas eclesiásticas em Portugal para atuarem na prevenção e evitar que tais situações dramáticas se voltem a repetir”.