24 de nov de 2024 às 15:41
O papa Francisco celebrou hoje (24) a missa na basílica de São Pedro, no Vaticano, por ocasião da solenidade de Cristo Rei e o encerramento do ano litúrgico. O papa pediu aos jovens católicos que rejeitem aplausos superficiais e abracem o testemunho cristão autêntico.
O encontro incluiu a celebração anual da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e contou com a entrega dos símbolos dos peregrinos — a cruz da JMJ, confiada pela primeira vez aos jovens pelo papa são João Paulo II em 1984, e o ícone de Nossa Senhora, conhecido como Salus Populi Romani (Salvação do Povo Romano) — de jovens portugueses a jovens sul-coreanos, que vão sediar a JMJ em Seul, Coreia do Sul, em 2027.
À medida que o ano litúrgico da Igreja se aproximava do fim, o papa falou sobre como a alegria e o amor cristãos persistem mesmo em meio aos desafios globais.
“Só no amor podemos também nós viver, crescer e florescer em toda a nossa dignidade (cf. Ef 4, 15-16)”, disse Francisco, enfatizando que o amor genuíno não pode ser comprado ou vendido, mas “é gratuito, é o dom de si mesmo”.
Francisco falou sobre o que chamou de “pequenas luzes” que dão força ao testemunho cristão: “Estas pequenas luzes: o afeto fiel dos esposos – que bela coisa –, a alegria inocente das crianças – é uma bela alegria esta! –, o entusiasmo dos jovens – sois entusiastas, todos vós! –, o cuidado dos idosos”.
“Queridas jovens e queridos jovens, estai atentos para não vos deixar embriagar pelas ilusões. Por favor, sede concretos. A realidade é concreta. O que fica, como nos ensina Cristo, é outra coisa: são as obras de amor. É isso que fica e que torna a vida bela!”, disse o papa em sua homilia.
Ao falar sobre a pressão generalizada das mídias sociais e aclamação social, Francisco disse: “ Não sejais ‘estrelas por um dia’ nas redes sociais ou em qualquer outro contexto. O céu em que sois chamados a brilhar é maior”.
Ao falar sobre conflitos atuais, o papa falou sobre questões sobre responsabilidade diante de Deus: “Aqueles que destroem as pessoas, que fazem a guerra, com qual rosto apresentar-se-ão diante do Senhor? ‘Porque fizeste a guerra? Porque mataste?’ E eles, o que responderão?”
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Em meio a esse cenário de desafios globais, o papa Francisco falou sobre o papel vital dos jovens em testemunhar a mensagem de paz e esperança de Cristo. A cruz da Jornada Mundial da Juventude — uma cruz simples de madeira dada aos jovens pelo papa são João Paulo II em 1984 como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade — desde então viajou pelo mundo todo, tornando-se um poderoso sinal de fé e reconciliação.
Ao falar aos delegados sul-coreanos que receberam essa cruz, o papa disse: “Vós, jovens coreanos, recebereis a Cruz do Senhor, Cruz de vida, sinal de vitória, mas não recebereis somente a Cruz: a recebereis com a Mãe. É Maria quem sempre nos acompanha até Jesus; é Maria que, nos momentos difíceis, está ao lado da nossa cruz, para ajudar-nos, porque ela é Mãe, ela é a nossa Mãe. Pensai em Maria!”
O papa Francisco falou sobre a canonização do beato Pier Giorgio Frassati, um modelo de fé e caridade juvenil, cuja incansável devoção a Deus e serviço aos pobres continua a inspirar gerações. A canonização vai ocorrer no Jubileu dos Jovens em agosto do ano que vem, dando aos jovens católicos um poderoso exemplo de viver o amor de Cristo em ação.
A missa foi concluída com jovens portugueses entregando a cruz da JMJ e o ícone de Nossa Senhora a jovens sul-coreanos, simbolizando a jornada contínua de fé rumo à JMJ Seul 2027.
Depois, dirigindo-se aos peregrinos reunidos na praça de São Pedro para a oração do Ângelus, Francisco falou sobre o diálogo de Jesus com Pôncio Pilatos, enfatizando a realeza de Cristo como radicalmente diferente do poder mundano. O papa concentrou-se em duas palavras-chave da leitura do Evangelho do dia: “rei” e “mundo”.
“Jesus é rei porque é testemunha: é Aquele que diz a verdade”, disse o papa, segundo a tradução oficial do discurso.
“O poder real de Jesus, Verbo encarnado, reside na sua palavra verdadeira e eficaz, que transforma o mundo”, disse Francisco.
Enquanto o “mundo” de Pilatos é “aquele onde o forte triunfa sobre o fraco”, disse o papa Francisco, “de fato, o mundo de Jesus é o mundo novo, o mundo eterno, que Deus prepara para todos, dando a sua vida para a nossa salvação”.