26 de nov de 2024 às 10:21
A chave para o acompanhamento pastoral “daqueles que vivem juntos adiando indefinidamente o compromisso conjugal” e para os “divorciados e recasados” é a integração pastoral, disse o papa Francisco ontem (25), no encontro com a comunidade acadêmica do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, no Vaticano.
“’São batizados, são irmãos e irmãs, o Espírito Santo derrama neles dons e carismas para o bem de todos’”, continuou o papa Francisco. “A sua presença na Igreja testemunha o desejo de perseverar na fé, apesar das feridas de experiências dolorosas”.
“A Igreja não fecha a porta para aqueles que se fatigam no caminho da fé, pelo contrário, abre-a amplamente, porque todos ‘precisam de uma atenção pastoral misericordiosa e encorajadora’" (Amoris Laetitia, 293)”, disse.
“Sem excluir ninguém, a Igreja promove a família, fundada no Matrimônio, contribuindo em todos os lugares e em todos os tempos para tornar mais sólido o vínculo conjugal”, acrescentou.
O papa Francisco incentivou o instituto à colaboração contínua com acadêmicos e instituições culturais para apoiar melhor os cônjuges e famílias católicas.
Citando a exortação apostólica Evangelii Nuntiandi de São Paulo VI de 1975, que destaca “a ruptura entre Evangelho e cultura”, o papa disse que é necessário que o instituto continue a desenvolver uma “compreensão crítica” dos desafios antropológicos e culturais que afetam o casamento e a vida familiar hoje.
“A capacidade de cumprir plenamente a missão evangelizadora que compromete cada cristão depende da capacidade de enfrentar estes desafios”, disse o papa aos membros do instituto pontifício.
O Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, com sede principal em Roma, também tem filiais em outros países, incluindo EUA, Nigéria, Espanha, Brasil, México, Índia e Coreia do Sul.
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“É bom que as filiais do instituto, presentes em vários países do mundo, desenvolvam as suas atividades em diálogo com estudiosos e instituições culturais, mesmo com abordagens diversas”, disse Francisco na audiência privada.
Depois do Sínodo da Sinodalidade que aconteceu no mês de outubro no Vaticano, Francisco disse que há uma maior “consciência eclesial” para o devido reconhecimento e participação dos fiéis leigos na vida e na missão da Igreja.
“Sabemos como o matrimônio e a família são decisivos para a vida dos povos: a Igreja sempre os nutriu, sustentou e evangelizou”, disse o papa.
O papa também elogiou o trabalho do instituto na promoção do “Evangelho da família”, particularmente em “países onde as autoridades públicas não respeitam a dignidade e a liberdade a que todo ser humano tem direito inalienável como filho de Deus”.
Referindo-se ao testemunho evangelizador das famílias católicas, o papa disse que “é esse Evangelho que ajuda todos, em todas as culturas, a buscar sempre o que está em conformidade com o humano e o desejo de salvação enraizado em cada homem e mulher”.
“A este respeito, recordamos que as primeiras comunidades cristãs se desenvolveram de forma doméstica, ampliando as unidades familiares acolhendo novos fiéis, e reunindo-se nos lares”, disse.
O Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família foi fundado em 2017, seguindo o motu proprio Summa familiae cura do papa Francisco e substituindo o antigo instituto fundado por João Paulo II em 1981.
O instituto é afiliado ao Dicastério para a Cultura e a Educação, à Pontifícia Academia para a Vida e ao Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.