O promotor de justiça do Estado da Cidade do Vaticano, Alessandro Diddi, admitiu haver um relatório confidencial, cuja existência era negada até agora, que compila informações importantes recolhidas pela Santa Sé sobre o desaparecimento de Emanuela Orlandi.

Emanuela Orlandi, filha de um funcionário do Vaticano, desapareceu em 1983 aos 15 anos. Nunca se soube o que aconteceu com ela.

Há rumores de que o caso envolve membros da máfia, membros do clero e a Frente de Libertação Turca que exigia a libertação de Ali Agca, o turco que tentou matar são João Paulo II em 1981. Há até um documentário sobre o caso produzido pela Netflix.

Diddi revelou a existência deste dossiê, mas disse não estar autorizado a divulgar seu conteúdo nem identificar a autoria até que a investigação termine.

Em janeiro de 2023, a Santa Sé anunciou a reabertura do caso que havia sido encerrado em abril de 2020.

O irmão de Emanuela, Pietro Orlandi, lidera uma campanha para solucionar o desaparecimento de Emanuela.

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Pietro Orlandi afirma há décadas que existe esse documento nas mãos do Vaticano. Segundo ele, isso permitiria uma reconstrução dos fatos que ajudaria a esclarecer o que aconteceu.

Pietro Orlandi disse em mais de uma ocasião que foi Paolo Gabriele, ex-mordomo de Bento XVI e figura chave no caso “Vatileaks”, o vazamento de documentos da Santa Sè, quem o informou da existência do dossiê. Domenico Giani, ex-comandante da gendarmaria vaticana, também falava da existência desse dossiê.

Segundo disse a advogada da família Orlandi, Laura Sgró, à agência de notícias espanhola EFE, a recente declaração do promotor de justiça do Vaticano representa “um passo importante em direção à verdade”.

Sgró disse que “o Vaticano realizou atividades relacionadas com o sequestro de Emanuela Orlandi que nunca partilhou nem com a família Orlandi nem com o Ministério Público de Roma”.

Ela também lembrou que havia um pedido para ver e extrair uma cópia deste arquivo desde 2017. “Quem guardou este arquivo até agora, visto que em diversas ocasiões, nos anos acima mencionados, as autoridades do Vaticano relataram publicamente que não existia nenhum arquivo e que o caso de Emanuela Orlandi era um caso encerrado?”, perguntou a advogada.