1 de dez de 2024 às 15:29
“A guerra é um horror, a guerra ofende Deus e a humanidade, a guerra não poupa ninguém, a guerra é sempre uma derrota, uma derrota para toda a humanidade”, disse o papa Francisco depois da oração do Ângelus de hoje (1º), aos fiéis reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano.
40 anos do tratado de paz entre Argentina e Chile
Nas suas palavras depois de rezar o Ângelus, o papa recordou a recente comemoração dos 40 anos do Tratado de Paz e Amizade entre a Argentina e o Chile, que “pôs fim a uma disputa territorial que levou a Argentina e o Chile à beira da guerra".
“Isso mostra que, quando se renuncia ao uso de armas e há diálogo, um bom caminho é trilhado”, disse.
Alegria pelo cessar-fogo no Líbano
Ele também manifestou a sua alegria “pelo cessar-fogo alcançado há poucos dias no Líbano” e disse que espera que ele “seja respeitado por todas as partes, permitindo que a população das regiões afetadas pelo conflito — tanto libanesa quanto israelense — possa voltar em breve e com segurança para suas casas, também com a ajuda preciosa do exército libanês e das forças de paz das Nações Unidas”.
“Nesta situação, dirijo um convite a todos os políticos libaneses, para que elejam imediatamente o Presidente da República e as instituições retomem o seu funcionamento normal, para fazer as reformas necessárias e garantir ao país o seu papel de exemplo de convivência pacífica entre as diferentes religiões”.
O papa disse que tem esperança “que a espiral de paz que se abriu possa levar a um cessar-fogo em todas as outras frentes, especialmente em Gaza”.
“Tenho muito presente no coração a libertação dos israelenses que ainda estão sendo mantidos como reféns e o acesso de ajuda humanitária à exausta população palestina”, acrescentou.
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“Rezemos pela Síria”
Depois pediu também a todos os fiéis que “rezem pela Síria, onde infelizmente a guerra reacendeu causando muitas vítimas”, referindo-se à notícia de um novo ataque dos rebeldes sírios contra o governo de Bashar al-Assad, presidente da Síria, em 27 de novembro.
“Estou muito próximo à Igreja na Síria. Rezemos!", pediu.
Ucrânia: Três anos “de mortes, feridos, violência, destruição”
O papa também manifestou “a minha preocupação, a minha dor pelo conflito que continua ensanguentando a martirizada Ucrânia”.
“Há três anos assistimos a uma terrível sequência de mortes, feridos, violência, destruição... As crianças, as mulheres, os idosos, os fracos, são as primeiras vítimas”, lamentou.
No hemisfério norte “o inverno está às portas e pode agravar as condições de milhões de deslocados”, disse. “Serão meses dificílimos para eles. A concomitância de guerra e frio é trágica”.
“Faço, mais uma vez, um apelo à comunidade internacional e a cada homem e mulher de boa vontade para que façam tudo o que for possível para pôr fim a esta guerra e para que prevaleçam o diálogo, a fraternidade, a reconciliação. Que se multiplique um compromisso renovado a todos os níveis”, para que “enquanto nos preparamos para o Natal, enquanto esperamos o nascimento do Rei da Paz, seja dada uma esperança concreta a estas populações”, disse ele.
“A busca pela paz é uma responsabilidade não de poucos, mas de todos. Se a indiferença e a resignação aos horrores da guerra prevalecerem, toda a família humana sairá derrotada. Caros irmãos e irmãs, não nos cansemos de rezar por essas populações tão duramente provadas e de implorar a Deus o dom da paz”, concluiu.