2 de dez de 2024 às 13:03
A Conferência Episcopal Venezolana (CEV) publicou na sexta-feira (29) uma mensagem de Natal, na qual renova o seu pedido ao governo que liberte as milhares de pessoas presas no âmbito das eleições presidenciais de 28 de julho, entre os quais estão centenas de menores. As eleições, cujos resultados foram contestados pela oposição e por muitos países, levaram a um novo mandato do presidente Nicolás Maduro, que está no cargo desde 2013. Maduro era o vice-presidente e Hugo Chávez, militar que, depois de uma tentativa de golpe, foi eleito presidente em 1999.
“Viveremos no próximo Natal no meio de dramáticas realidades sociais, econômicas e políticas do nosso país, por isso o nosso compromisso neste momento deve ser aquele expresso pelos profetas (cf. Is 2, 3-4) de que as armas da violência, da exclusão, da violação dos direitos humanos e da pobreza se transformem em instrumentos de felicidade, progresso, reconciliação, liberdade e paz, e que possamos ser mais irmãos”, escrevem os bispos da Comissão Permanente da CEV na mensagem de Natal.
Eles disseram que permanecem em constante oração para pedir ao Menino Jesus “que toque os corações” daqueles que, de acordo com a Constituição e as leis do país, têm o poder de tomar “as medidas necessárias para libertar os presos pelos acontecimentos destes últimos meses, para que possam se reencontrar com seus familiares e amigos”.
Este apelo da CEV junta-se ao feito pelo administrador apostólico da diocese de San Cristóbal, dom Mario Moronta, na quinta-feira (28), para que os líderes da ditadura venezuelana “possam dar um Natal feliz a tantas famílias que têm os seus entes queridos presos por problemas de pensamento político”.
Mais de 2 mil pessoas foram presas na Venezuela, depois das eleições presidenciais de 28 de julho, entre as quais centenas de menores, presos em prisões comuns e que enfrentam penas até 30 anos de prisão, acusados de “terrorismo”.
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A mensagem da CEV diz que as celebrações do Natal vêm este ano para ajudar todos os fiéis do país a “viver o grande dom de Deus que se faz homem e nasce em Belém”. As tradições que se vivem nesta época, em todo o país e que vão desde a comida e a decoração às canções típicas, devem ser “uma expressão do desejo de uma humanidade fraterna e solidária”.
“Cada Natal deve aproximar-nos à Páscoa definitiva, quando a humanidade, optando pelo bem, chegará ao lugar onde ‘toda lágrima secará dos seus olhos e não haverá mais morte, nem haverá choro, nem gritos, nem cansaço, porque o mundo velho já passou' (Ap 21,4)”, continua.
A mensagem também cita o início do Ano Jubilar 2025, que o papa Francisco chamou a viver sob o lema paulino A esperança não decepciona (Rm 5, 5), e ao qual os bispos venezuelanos fazem eco, dizendo que “só em Deus reside a verdadeira esperança."
“Sabemos que, assim como veio na fragilidade da nossa carne, um dia aparecerá glorioso para estabelecer novos céus e novas terras onde reinam o amor e a justiça. Vamos construir um Feliz Natal para todos!", conclui.