4 de dez de 2024 às 09:00
“Por favor, a pregação deve ser uma ideia, um sentimento e uma proposta de ação. E não deve passar de dez minutos. Nunca! Isso é muito importante", disse o papa Francisco na Audiência Geral de hoje (4), aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Na catequese de hoje o papa Francisco falou sobre dois elementos que constituem a pregação cristã: o seu conteúdo, que é o Evangelho, e o seu meio, que é o Espírito Santo.
O Evangelho, continuou o papa, significa “a boa nova anunciada por Jesus durante a sua vida terrena” e, por sua vez, “assume o novo significado de boa nova sobre Jesus Cristo, ou seja, o mistério pascal de sua morte e ressurreição”.
“Se não queremos cair novamente no erro denunciado pelo apóstolo Paulo de colocar a lei antes da graça e as obras antes da fé, devemos sempre partir do anúncio daquilo que Cristo fez por nós”, disse Francisco.
Por isso disse ter insistido tanto, na sua própria exortação apostólica Evangelii Gaudium, “no querigma ou anúncio, do qual depende toda aplicação moral”.
O querigma é, para o papa, “o primeiro em sentido qualitativo, porque é o anúncio principal, aquele que deve ser sempre ouvido novamente de diferentes maneiras (...) Não há nada mais sólido, mais profundo, mais certo, mais denso e mais sábio que aquele anúncio”, disse ele citando a sua exortação apostólica.
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O Evangelho deve ser pregado através do Espírito Santo
O Evangelho deve ser pregado através do Espírito Santo, continuou Francisco, o que significa “transmitir, junto com ideias e doutrinas, vida e convicção profunda. Significa confiar não em palavras persuasivas de sabedoria, mas na manifestação do Espírito e no seu poder”.
Para conseguir isso, Francisco disse que, antes de tudo, é necessário rezar, pois “o Espírito Santo chega a quem reza, porque o Pai celeste – está escrito – 'dará o Seu Espírito aos que lhe pedirem' (Lc 11,13), sobretudo se o pedirem para anunciar o Evangelho do seu Filho! Ai de quem pregar sem rezar!”
Em segundo lugar, o papa Francisco aconselhou “não pregar a si mesmo, mas a Jesus, o Senhor”. Neste sentido, lamentou que “muitas vezes há essas pregações longas, de 20 minutos, 30 minutos... Mas, por favor, os pregadores devem pregar uma ideia, um sentimento e um convite a agir. Mais de oito minutos e a pregação se perde, não se entende. (...)”, disse.
“Não querer pregar a si mesmo implica também não dar sempre prioridade às iniciativas pastorais promovidas por nós e ligadas ao próprio nome, mas colaborar de boa vontade, se solicitado, em iniciativas comunitárias ou que nos são confiadas por obediência”, concluiu.